Crônica de Dandão: Flamengo visitante

dandão logo

Francisco Dandão – Me escreve o amigo Dário Lopes, antigo sindicalista e funcionário do arquivo da Universidade Federal do Acre (Ufac), querendo saber detalhes da visita do Flamengo-RJ ao Acre, em 1966. Como o meu conhecimento do fato não era tamanho, corri aos alfarrábios para fornecer a informação precisa.

E aí, para além dos resultados do time carioca nos gramados seringueiros (2 a 1 contra a seleção acreana e 2 a 2 contra o Juventus), descobri alguns fatos interessantes que passarei a socializar aqui com a minha meia dúzia de três ou quatro leitores (projeção otimista essa minha).

O maior responsável pela visita do Flamengo ao Acre foi o então presidente da Federação Acreana de Desportos, deputado José Chaar Filho. O rubro-negro havia jogado em Porto Velho (vitória de 5 a 1 contra a seleção de Rondônia) e topou em dar uma esticada para o lado mais a Oeste do país.

No jogo em Porto Velho aconteceu um fato deveras insólito. É que o árbitro do jogo, senhor Manoel Messias, resolveu, lá pelas tantas, expulsar o meia rubro-negro Carlinhos Violino, por reclamação. Mas aí a galera se rebelou e passou a gritar “fica, fica”. O árbitro, então, teve que voltar atrás.

Nos dois jogos em Rio Branco, os três gols marcados pelos acreanos (um da seleção e dois do Juventus) foram todos de falta. E todos marcados pelo amapaense Jangito, funcionário do Banco do Brasil, e um dos maiores craques entre os oriundos de outros estados que já pisaram o solo do Acre.

Em ambos os jogos, dois atletas do Acre encheram os olhos dos visitantes: o goleiro Zé Augusto que, de acordo com relatos da época, pegou demais; e o meia Dadão que, segundo consta nas crônicas, escondeu a bola. Não por acaso, um e outro depois foram jogar em times do Rio de Janeiro.

No segundo jogo, o Flamengo estava perdendo até os minutos finais. Deveria mesmo ter perdido. Não fosse um gol de mão, feito pelo atacante César Maluco, depois da cobrança de um escanteio inexistente, eles teriam saído do Acre amargando uma derrota, o que faria deles chacota nacional.

Para efeito de registro, a seleção acreana, dirigida pelo treinador José Aníbal Tinoco, jogou com Zé Augusto; Carlos Mendes, Mozarino, Campos Pereira e Escurinho; Romeu (Dadão) e Zé Augusto Passada Larga (Zé Mello) (Tião Lustosa); Jangito, João Carneiro, Ayrton Baú e Touca (Nemetala).

Igualmente para efeito de registro, o Juventus mandou a campo Zé Augusto; Carlos Mendes, Pedro Louro, Mozarino e Campos Pereira (Escurinho); Dadão e José Augusto Passada Larga (Tião Lustosa); Nemetala (Ayrton Baú), Jangito, João Carneiro e Touca. Técnico: José Aníbal Tinoco.

Francisco Dandão – cronista e tricolor – sabe tudo sobre futebol e um pouco mais…

Sair da versão mobile