População idosa cresce 56% e exige ações imediatas, diz ministra

PROTEÇÃO DE DIREITOS

Foto: Stéff Magalhães Ascom/MDHC

Envelhecimento saudável e ativo é debate em evento de aposentados e pensionistas inaugurado pela Ministra Macaé Evaristo

Titular da pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania reiterou que o Brasil precisa se preparar para a mudança demográfica em curso com políticas públicas que assegurem dignidade, segurança e bem-estar a pessoas idosas

Por Assessoria de Comunicação do MDHC – Na abertura do XI Encontro Nacional de Aposentados(as) e Pensionistas, nesta terça-feira (15), a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou a urgência de preparar o Brasil para uma população cada vez mais longeva. A titular da pasta lembrou que o número de brasileiros com 60 anos ou mais aumentou significativamente e que o envelhecimento ativo deve ser visto como uma fase de novas oportunidades. “É nosso dever garantir que o tempo de envelhecimento seja visto como um tempo de direitos, não de exclusão”, observou.

O encontro alertou para os dados mais recentes sobre o envelhecimento da população brasileira. Conforme o Censo Demográfico de 2022, o número de pessoas com 60 anos ou mais passou de 20,5 milhões, em 2010, para 32,1 milhões, em 2022, um aumento de 56%. Esse grupo, agora, representa 15,6% da população. “Nosso país precisa se preparar para essa mudança demográfica”, sinalizou a ministra, reforçando a relevância da adoção de políticas públicas que contemplem as necessidades dessa parcela da sociedade, a fim de assegurar uma velhice digna.

Macaé Evaristo destacou ainda o crescimento das denúncias de violações contra as pessoas idosas. Em 2024, até o mês de outubro, foram registradas 140 mil denúncias de violações de direitos humanos contra a população idosa, uma média de 384 por dia. “Esse número representa 97% do total de denúncias de 2023, o que reforça a necessidade urgente de medidas de proteção”, advertiu a ministra.

Dentre os tipos de violências denunciados, sobressaem a violência patrimonial e financeira, incluindo o assédio de instituições financeiras oferecendo empréstimos consignados. “Muitas vezes, eles contratam sem entender as implicações, o que compromete boa parte de sua renda. Para enfrentar esse problema, lançamos a Cartilha de Apoio à Pessoa Idosa: enfrentamento à violência patrimonial e financeira, que ajudará a identificar e combater esse tipo de violência”, anunciou Macaé.

Projeções

O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, também trouxe reflexões sobre o papel dos aposentados na sociedade, especialmente no contexto da educação. “A aposentadoria não deve ser vista como um afastamento da vida ativa. Queremos uma sociedade em que as pessoas possam se aposentar com segurança previdenciária, mas também tenham a oportunidade de continuar contribuindo, seja trabalhando, estudando ou investindo mais em lazer”, afirmou.

O gestor também mencionou iniciativas do Ministério direcionadas a trabalhadores acima de 50 anos, com intuito de prepará-los para a aposentadoria, destacando a importância do combate ao idadismo e da promoção do convívio intergeracional. “Precisamos garantir que o processo de envelhecimento seja acompanhado de respeito e inclusão, com oportunidades para aqueles que ainda desejam trabalhar ou se engajar em novas atividades”, concluiu.

Dia do Professor

Promovido pela Fasubra Sindical no Dia do Professor, o evento debateu o papel dos educadores na formação de gerações e na construção de uma sociedade que respeita o envelhecimento e os direitos previdenciários. Por ocasião da data, a ministra Macaé Evaristo fez questão de lembrar sua trajetória como professora e as dificuldades enfrentadas no momento pós-aposentadoria. “Nos aposentamos, mas não deixamos de ser cidadãos com direitos. Envelhecemos desde que nascemos, e precisamos garantir que este tempo de vida seja respeitado e protegido”, defendeu a ministra.

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