Sena rejeitou candidatos indicados pelas lideranças locais com mandato

recado

Ainda sobre a eleição municipal em Sena Madureira

Na última eleição de Sena, terceiro maior colégio eleitoral do Acre, um fato chamou atenção.

A população deu um recado claro ao rejeitar a expressiva maioria dos candidatos endossados pelos principais líderes políticos locais com mandatos.

A saber:

O prefeito Mazinho Serafim, em fim de mandato, jogou suas fichas no seu candidato Dos Anjos; o deputado estadual e então candidato a prefeito(derrotado), Gilberto Lira, optou em escolher o candidato Sidney; o prefeito eleito Gehlen Diniz indicou sua esposa Lia; e o vice-prefeito eleito Elvis deu seu apoio ao tio Barna.

Curioso: todos esses candidatos de grupos, apoiados pelos caciques de Sena malograram nas urnas, revelando um interessante comportamento dos eleitores do município.

O resultado evidenciou uma resistência da população em relação ao que muitos enxergaram como uma tentativa de perpetuar o poder político na cidade entre familiares e aliados próximos de alta confiança.

A única exceção foi Menandro, apoiado por Alípio, vereador e candidato a vice-prefeito na chapa derrotada.

Menandro foi eleito com expressiva votação, destacando-se como o mais votado para a Câmara Municipal.

A vitória de Menandro, em contraste com as derrotas dos candidatos mais associados aos políticos locais com mandato, apontou que os eleitores optaram por uma representação na Câmara mais independente, sem laços diretos com as conhecidas figuras políticas da cidade.

Mais: esse movimento dos votantes sinalizou, quem sabe – um desejo de renovação e de rompimento com as antigas práticas de apadrinhamento político, um fenômeno que dominou(e domina) as disputas municipais por décadas na cidade e em todo o Acre.

A escolha popular dos 120 anos do município marcou uma reconfiguração do cenário político de Sena Madureira e mostrou que os eleitores estão atentos às dinâmicas do poder.

O recado evidente: o eleitorado não deseja ser conduzido apenas pelas preferências das lideranças locais, mas quer escolher seus representantes de forma autônoma, considerando quem realmente pode atender às demandas do município e da sociedade.

Apenas uma breve análise da lição política em Sena, que oestadoacre traz com exclusividade aos seus navegantes nesta quinta.

J R Braña B.

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