Francisco, de franciscano…
De coisas simples, como o povo.
Jorge Mario Bergoglio atuou por décadas na periferia de Buenos Aires.
Na escolha de Bento 16, um conservador, os mais tradicionalistas de Roma não queriam Joseph Ratzinger Papa.
Francisco, já à época, chamava atenção de líderes da igreja de Roma — tanto que foi procurado por alguns deles, que informaram: cerca de 40 votos seriam dados ao argentino.
O que fez Francisco?
Pediu que os 40 cardeais que votariam nele mudassem seus votos e escolhessem Ratzinger, que foi eleito e se tornou o Papa Bento 16.
Ou seja: o alemão Joseph Ratzinger, um conservador, foi apoiado — vamos chamar assim — pelo progressista Mario Bergoglio contra os grupos ainda mais tradicionalistas de Roma.
Francisco chegou tarde à condição de Papa.
Mas chegou a tempo de reposicionar a igreja com bandeiras renovadoras.
Uma igreja de apoio aos pobres, sem preconceitos contra os homossexuais e pela paz no mundo.
Antes de morrer, pediu o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia…
O Papa trabalhou enquanto viveu.
Um dia perguntaram a ele:
— O senhor não para de trabalhar nem tira férias… Isso é um exemplo?
— Trabalhar é um exemplo. Agora, não tirar férias não é exemplo.
Francisco foi um gigante e mudou os rumos da igreja Católica.
As expectativas são de que o novo líder dos católicos seja, novamente, um tradicionalista, um conservador…
Tomara eu esteja errado.
Francisco sendo Francisco, na Piazza San Pietro, à multidão, certa vez:
— Peço que vocês me abençoem.
Qual Papa fez um pedido desses?
Francisco.
O seu nome não foi escolhido por acaso.
Francisco representa humildade, aproximação com os pobres, os desamparados, os sem nada… um servo.
Francisco foi o pastor dos esquecidos.
Desconfio que minha geração não verá outro Papa com o perfil humano e social de Francisco.
Pior para o mundo.
J R Braña B.