O mês de maio marcou um novo pico no endividamento das famílias brasileiras: 78,2% relataram ter algum tipo de dívida, segundo a CNC.
A inadimplência também cresceu e chegou a 29,5%, o maior índice desde outubro.
Desses, 12,5% afirmam não ter como pagar o que devem.
Apesar de um leve alívio no comprometimento da renda – agora em 29,8% –, o uso do cartão de crédito caiu, enquanto carnês e crédito pessoal cresceram.
A percepção da dívida está polarizada: aumentou tanto o número dos que se dizem ‘muito endividados’ quanto o dos que se sentem ‘pouco endividados’.
A classe média e os homens puxam a alta da inadimplência, reforçando o alerta para a fragilidade financeira de parte significativa da população.
Endividamento e inadimplência no Brasil – Maio
◼78,2% das famílias relataram algum tipo de dívida em maio (↑0,6 p.p. em relação a abril), mas ↓0,6 p.p. na comparação com maio/2024.
◼Inadimplência atingiu 29,5%, maior nível desde outubro/2023:
◼↑0,4 p.p. em relação a abril;
◼↑0,9 p.p. em relação a maio/2024.
◼12,5% dos inadimplentes afirmaram não ter condições de pagar (vs. 12% em 2024).
Compromissos de longo prazo em queda
◼Famílias com dívidas superiores a 1 ano: ↓ para 32,8% (menor desde junho).
◼Crescimento nas dívidas de curto e médio prazos.
Declarações
◼José Roberto Tadros (CNC): aumento da inadimplência indica fragilidade financeira; crédito deve ser usado com responsabilidade.
◼Felipe Tavares (CNC): endividamento tende a crescer em 2025, mas inadimplência pode frear esse avanço; novos programas de crédito podem agravar a situação.
Formas de crédito mais usadas
◼Cartão de crédito: 83,6% dos endividados (↓3,3 p.p. em 1 ano).
◼Carnês: 17,2% (↑1 p.p.).
◼Crédito pessoal: 10,6% (↑0,8 p.p.).
Sinais positivos
◼Famílias que comprometem mais da metade da renda com dívidas: ↓ para 19,7% (menor desde jul/2023).
◼Média de comprometimento da renda: ↓ para 29,8%.
Percepção sobre endividamento
◼’Muito endividados’: 15,5% (+0,1 p.p.).
◼’Pouco endividados’: 33,4% (+1 p.p.).
◼Mostra polarização na percepção das dívidas pelas famílias.
Classe média em destaque
◼Maior alta no endividamento: famílias com renda entre 5 e 10 salários mínimos (↑3,2 p.p.).
◼Esse grupo teve mais dificuldades para pagar (inadimplência ↑1,5 p.p. mensal e 0,4 anual).
◼Inadimplência cresceu mais entre famílias com renda de 3 a 5 salários mínimos (↑2,8 p.p. anual).
Homens lideram crescimento da inadimplência
◼Endividamento masculino: ↑1 p.p. (atingindo 78,2%).
◼Endividamento feminino: ↓1,9 p.p. (para 78,1%).
◼Inadimplência entre homens: ↑1 p.p. (29,6%).
◼Inadimplência entre mulheres: ↓0,4 p.p. (29,2%).
◼Indicadores apontam maior fragilidade financeira entre os homens.
Nota: ‘p.p.’ significa ponto percentual. Por exemplo, se a inadimplência passa de 28% para 29%, houve um aumento de 1 p.p.. Isso é diferente de uma variação percentual, que seria relativa ao valor inicial.
(oea com info da Confederação Nacional do Comércio)