Sim.
O Acre poderia ser bem diferente neste 15 de junho de 2025.
Sessenta e três anos são tempo mais que suficiente para transformar estruturas sociais e econômicas — se tivesse existido um projeto de Estado acima dos interesses de governos.
O passado não se muda, mas o futuro pode — e deve — ser repensado e programado.
O que poderia já ter sido superado:
Saúde – Interiorização efetiva da saúde básica e especializada, com hospitais regionais de ponta e UTIs em polos como Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Sena Madureira e Brasileia. E também em Plácido de Castro e Xapuri.
Isso é o mínimo que se esperaria em 63 anos.
Rodovias – Em seis décadas, um projeto alternativo de transporte — como uma ferrovia — já poderia estar funcionando.
Mas faltaram, ao longo dessas décadas, políticos com ousadia e visão no comando….no comando, repito.
Transporte intermunicipal pelas duas BRs, trens como prioridade….para não ficar incentivando por décadas uma briga de brita, areia, cola preta contra um solo refratário de tabatinga.
Rio Branco e mobilidade – A capital poderia viver outra realidade em mobilidade urbana.
Mas o que temos é um transporte coletivo medieval.
As causas são muitas.
Economia/Indústria/Tecnologia – A Zona de Livre Comércio com Peru e Bolívia já deveria estar funcionando há muito tempo.
Polos de agroindústria, castanha, açaí, madeira legal, café – poderiam gerar riqueza social e inteligência produtiva.
Indústria é o setor que mais gera inteligência…e o mundo comprova.
Faltam incentivos reais à tecnologia, à ciência, às startups, ao turismo ecológico.
Tudo isso ainda parece muito distante.
E, claro: falta crédito acessível e sem os juros dos ricos, do mercado.
Desigualdade social – O mínimo já deveria ter sido feito: reduzir drasticamente o déficit habitacional e garantir saneamento básico universal.
Em Sena Madureira, por exemplo, o prefeito Gehlen tem como meta construir 300 banheiros de alvenaria para famílias pobres — numa cidade com 121 anos e onde milhares de seres humanos ainda vivem sem dignidade sanitária….situação de 200 atrás em outras localidades do mundo.
Educação – analfabetismo zero.
Escola integral e valorização (dinheiro no bolso) dos profissionais da Educação porque sem dinheiro no bolso ninguém quer ser mais professor.
Não precisa dizer mais nada sobre esse item.
Inversão de prioridades – No Acre, bilhões em investimentos públicos continuam servindo aos interesses de empresas privadas, políticos cretinos e instituições ditas filantrópicas, sem contrapartida social comprovada e verificada.
A prioridade quase nunca são as pessoas, a coletividade.
A maioria da população segue sem voz nem assento nas salas de decisões do poder.
Mas esse é tempo que vivemos…
De um subdesenvolvimento que não nos larga.
Que os próximos 63 anos sejam diferente e melhores.
Viva o Acre, por tudo o que ainda pode ser — e não pelo que nos fizeram acreditar que era o suficiente.
J R Braña B.