Saúde mental(1), por Marcus Fleming e Ângela Bessa

Saúde Mental e Governança: desafios e Inovações para o Bem-Estar Humano no Novo Cenário Global

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Por Marcus Fleming e Ângela Bessa – Nosso propósito é construir aqui uma série de relatos traduzidos em reflexões que norteiam este tema da maior relevância nos dias de hoje. Para começar não podemos deixar de destacar a preocupação da Organização das Nações Unidas – ONU com este caso, haja vista que em nossa pesquisa conseguimos averiguar que esse órgão de projeção e renome internacional sempre reconheceu a saúde mental como um direito humano fundamental e tem sempre enfatizado a necessidade dos países realizarem investimentos e desenvolverem ações para garantir o acesso da população aos serviços básicos e complexos de saúde mental acessíveis e de qualidade.

Nosso desejo é trazer para o leitor nossa reflexão sobre a saúde mental, tendo em vista nossas experiências profissionais em diversas empresas públicas e privadas, uma vez que nos fora possível observar, em toda nossa história de vida profissional, o comportamento das relações humanas no trabalho, na família, na igreja, na política. Onde quer que esteja presente, o ser humano se encontra vulnerável a passar por problemas de saúde física, psicológica e emocional.

Até porque, pessoas lidam com pessoas, com seus próprios complexos de superioridade e inferioridade, seus traumas e seu crescimento também como ser humano, e como se não bastasse tudo isso, lidam com as circunstâncias que a vida apresenta a elas, das formas mais variadas possíveis. Daí, se faz requerer de nós todos as habilidades para enfrentar, tanto as situações confortáveis quanto as adversas, diante de escolhas que precisam ser feitas, mediante os desafios, das situações confortáveis e desconfortáveis na caminhada pela vida que se segue.

Em nossa vivência pessoal e acadêmica nos fora possível notar que na vida, as relações sociais e profissionais sofreram mudanças radicais ao longo desses últimos 50 anos. Havia problemas de saúde, sim, naquela época, anos 50, 60, 70, embora não tão graves quanto nas atuais circunstâncias. Muito mais reconhecido, ainda, quando todos nós fomos testemunhos do triste episódio que foi a PANDEMIA. O mundo foi assolado por essa tragédia que foi a COVID-19. Foi uma infecção respiratória que a literatura trata como doença causada pelo coronavírus SARS-CoV.2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição e contaminação global. Dava-nos a impressão de que estávamos sofrendo a Terceira Guerra Mundial, em pleno século XXI.

A Organização Pan-Americana de Saúde apresenta dados que mostram que o número total de mortes associadas direta ou indiretamente à pandemia de COVID-19 entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021 foi de aproximadamente 14,9 milhões de habitantes em todo o planeta.

Então, concluímos que vidas foram ceifadas, além do que os problemas de saúde se multiplicaram após a pandemia, pois, fora necessário o funcionamento de mais consultórios médicos, laboratórios, hospitais, tratamentos psiquiátricos e psicológicos sem precedente na história mundial. Famílias foram dizimadas, agravaram-se os distanciamentos entre familiares, crises no casamento, trabalhos realizados em home office. Tanto é verdade que de acordo com a estimativa da Organização Mundial de Saúde, no primeiro ano da pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou cerca de 25%.

Por conta de tudo isso, vemos hoje o quanto as consultorias empresariais, e as políticas públicas têm evidenciado a importância de se trabalhar a favor da saúde mental para que o mundo volte a recuperar a autoestima e um quadro emocional estável e que as empresas melhorem sua performance de produção e produtividade. Torna-se evidente a necessidade de acender as chamas da esperança para que a sociedade global volte a respirar um ar mais aliviado, já nesses últimos anos, sobretudo a partir dos investimentos em saúde e meio ambiente.

Para todos nós que temos acompanhado as políticas públicas sobre saúde no ambiente de trabalho, temos tomado conhecimento do quanto será importante a NR-1 que é compreendida no universo do trabalho como a Norma Regulamentadora 1, que estabelece as disposições gerais sobre segurança e saúde nas empresas brasileiras, incluindo como sabemos, as empresas públicas. Esta norma foi atualizada em 2024, tendo passado a servir como base para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, com ênfase na identificação e controle de riscos psicossociais no ambiente de trabalho.

Temos testemunhado também iniciativas do poder público e da iniciativa privada, no sentido de dar prioridade à implantação do SISTEMA ESG (Environment, Social and Governance).

O que implica em afirmarmos que políticas empresariais e governamentais precisam estar focadas numa mudança de paradigmas que aprimore ou aperfeiçoe as diretrizes sobre saúde no ambiente laboral. Environment tem tudo a ver com o ambiente, ou seja, os CEOs das empresas precisam investir em qualidade de vida nas organizações, à medida que as condições de lidar com o meio ambiente têm reflexos no ambiente interno e externo.

Neste caso, interpretamos como meio ambiente aquele que deve ser preservado internamente, sendo mantido limpo e asseado para o convívio salutar entre os colaboradores. Outro aspecto ainda a considerarmos, do ponto de vista interno, entendemos fazer sentido a conservação desse ambiente salutar, adotando inclusive a busca por

se estabelecer o equilíbrio emocional. Em que as relações interpessoais passem a ser benéficas para os colaboradores e as organizações. Sob a ótica do ambiente externo, os cuidados também com a preservação dos espaços físicos, e em outro sentido a participação direta e indireta de políticas institucionais que vinculem a instituição pública ou privada com a conservação do meio ambiente, tanto no seu entorno quanto na sua cidade, na região, no planeta. Trazendo para nosso raciocínio lógico, a busca de colaboração dos governantes dos municípios, estados e países, cada um assumindo sua partícula de Responsabilidade Social. Todos atuando em defesa do meio ambiente no planeta.

Quanto ao social, imagina-se que as organizações tenham a capacidade de investir na variável social, o que significa aumentar sua responsabilidade social perante o papel que desempenham para fazer a melhor entrega à sociedade. O aspecto social, nos convida também a fazermos uma reflexão sobre investimentos a serem feitos para melhorar as condições sociais dos colaboradores no desempenho dos resultados organizacionais, contando com a liderança dos CEOs para executar o papel e a missão de desenvolver as instituições públicas e privadas.

As relações sociais com seus stakeholders (clientes internos e externos, fornecedores, Conselho de Administração, Diretoria Executiva, sociedade em geral) devem ser eficientes, eficazes e efetivas. Nesta linha de raciocínio tudo leva a crer que devemos elencar aspectos como a garantia dos direitos humanos, de segurança jurídica e psicológica, inclusão, aceitação, diversidade, relacionamentos com a comunidade, procurando assim, garantir o bem-estar de todos os envolvidos nos projetos da empresa.

O ponto forte da Governança foca na disponibilidade dos administradores e CEOs engendrarem esforços para apostarem na disruptividade com os modelos ultrapassados de gestão, que não têm mais lugar no novo mundo do trabalho. Passa-se, portanto, a se viabilizar ações e investimentos na elaboração de projetos que contemplem programas de modernização administrativa e tecnológica, protagonizando uma gestão que respeite a transparência, acompanhe a legislação do país, desenvolva o processo de formação de lideranças e esteja focado na criatividade e inovação como estratégias para o alcance de crescimento e desenvolvimento organizacional.

E que a comunicação seja reavaliada para que se torno fator crítico de sucesso empresarial. Importante destacar na gestão corporativa os valores contemplados nos conceitos sobre Governança, Compliance, Integridade e Gestão de Riscos, além das políticas de pessoal que buscam valorizar e reconhecer os talentos, de modo a agregar valor a todas as ações que fazem parte da engrenagem responsável pelos resultados macros da organização.

* Prof. Adm. Marcus Vinicius de L. Fleming, ex-professor universitário, auditor de controle externo, cursos de extensão universitária, pós-graduação em planejamento e Didática do Ensino Superior, Mestre em Administração pela UFMG.
* Profa. Adm. Msc. Angela Maria Bessa Fleming, pós-graduada em Administração Pública, Mestre em Engenharia Civil – UFF/RJ e Presidente do Conselho Regional de Administração do Estado do Acre – CRA-AC.

 

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