Racismo no Brasil começa antes do berço, mostra pesquisa nacional

Estudo revela que 16% das crianças de até 6 anos já sofreram discriminação — a maioria em creches e pré-escolas, onde deveriam estar protegidas

© Juca Varella/ Agência Brasil

Mesmo sendo um país de maioria negra (55,5% da população), o Brasil ainda permite que o racismo comece antes do nascimento. Uma nova pesquisa da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, feita com o Datafolha, mostra que 63% dos cuidadores reconhecem o racismo na primeira infância — e 16% das crianças de até 6 anos já sofreram discriminação.

O problema aparece cedo: mulheres negras recebem menos atenção nos serviços de saúde, e bebês enfrentam violência obstétrica e exclusão em espaços que deveriam acolher. O impacto é profundo — afeta o desenvolvimento emocional, o aprendizado e a autoestima.

Mais da metade dos casos relatados (54%) acontecem em creches e pré-escolas, ambientes que por lei deveriam promover educação antirracista. O estudo mostra também que cuidadores negros e pardos (65%) percebem mais o racismo que os brancos (57%).

O preconceito não se limita às escolas: aparece em ruas, serviços de saúde, igrejas e até dentro de casa. As crianças de 0 a 3 anos são as mais afetadas nesses espaços — justamente onde deveriam estar seguras.

(oestadoacre.com)

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