Maria Aurinete Gomes da Costa.
Uma trabalhadora na escola Clícia Gadelha.
Terceirizada.
Um subemprego comum a milhões de vida num país injusto como o Brasil.
Tinha um pouco mais de 60…
Trabalhava com uma vassoura, um pano, um rodo, um balde nas mãos – limpando diariamente a nossa escola.
Uma vida que não foi fácil, até o último dia, o último segundo.
Pelo menos duas vezes me perguntou por que chegava tão cedo à escola…
Eu ria e respondia: ‘porque sou assim, não gosto de chegar atrasado, nem em cima da hora.’
Ela assentia com o seu sorriso conhecido na escola.
Num dos últimos intervalos culturais no Clícia, D. Neta me chamou a atenção.
Gravei ela por 10 segundos dançando Dire Straits com os Machine Blues, uma banda acreana…
Foi há seis meses.
Ela acompanhou o suingue.
Aliás, a música chama-se Sultões do Suingue…
Ela se sentiu bem e dançou alegre, feito uma jovem.
Era uma jovem de cabeça e de espírito.
E é essa imagem que quero guardar de D. Neta.
Porque a alegria dela ficou…
J R Braña B.
Post scriptum: o sepultamento de D. Neta será neste sábado no Cemitário da Estrada do Quixadá.
Post scriptum 2: ela viu esse vídeo…mostrei a ela no dia.
