O cuidado foi tomado depois de ameaças por telefone ou de presos que estão no presídio de Rio Branco. O juiz Raimundo Nonato Maia abriu mão da escolta, mas passou alguns meses com dois policiais militares a cada passo que dava.
Em 2004, ao sentenciar uma quadrilha, recebeu ameaças por telefone. A partir daí, sua rotina mudou completamente.
Hoje trabalhando com 2,5 mil processos, ele sabe que fere interesses e mexe com pessoas perigosas ligadas ao tráfico de drogas.
“Quando calam um juiz estão calando a sociedade. Estamos servindo, trabalhando com pessoas perigosas, para o bem da comunidade”, diz Maia.
O magistrado disse que qualquer secretário de Estado consegue facilmente um segurança.
Os deputados contam com a polícia legislativa, homens armados que protegem os parlamentares no interior da sede e até fora dela.
Segundo Maia, a negligência do Governo já prejudicou o trabalho de alguns juízes.
Nos últimos 10 anos pelo menos oito magistrados sofreram ameaças. O assunto veio à tona e ganhou força esta semana, depois do assassinato da juíza criminal Patrícia Acioli, no Rio de Janeiro.
Na sexta-feira passada, ela morreu com 16 tiros quando chegava em casa. O juiz Raimundo Nonato, vice-presidente da Associação de Magistrados, cobra que o Estado é o responsável pela segurança de quem luta contra o crime, e quem tem que decidir o que fazer com as pessoas que andam a margem da lei.
Procurada para se manifestar sobre o assunto, a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado informou que conforme a necessidade e solicitação dos juízes, o Estado oferece a segurança.
O secretário de Segurança Pública, Ildo Reni, ressalta que desde que assumiu a gestão da secretaria, não recebeu nenhuma solicitação de juízes.
De qualquer forma, fará uma visita ao vice-presidente da Associação dos Magistrados para conversar sobre o assunto, na terça-feira, 16.