A rodovia do Pacífico começa a trazer benefícios visíveis para dois dos três países do chamado grupo Bolpebra. E a primeira cidade beneficiária da fronteira é a simpática, e sisuda ao mesmo tempo, Cobija, vizinha de Brasileia e Epitáciolandia.
A Interoceânica, como também é conhecida a ‘Carretera’ que liga o Atlântico ao Pacífico, começa a dar resultado para os peruanos também. As boas condições da rodovia – cuidado permanente com sinalização e consertos essenciais numa estrada novinha em folha – levaram o governo do Peru à decisão de cobrar pedágio também no trecho entre Assis Brasil-Puerto Maldonado-Cusco.
Com preços muito abaixo dos praticados no Brasil, a gasolina vendida na Bolívia é um objeto de desejo dos que moram em Brasiléia. E não sem razão. Os motoristas do lado brasileiro, do outro lado do rio, pagam quase o dobro (mais de R$ 3) pelo mesmo litro do combustível. Coisas da economia brasileira que poucos entendem.
Mas não é só isso.
Na pequeníssima Iñapari , colada a Assis Brasil, já se percebe um movimento empreendedor. Antes sem nenhum, agora começam a ser instalados pelo menos três postos de combustíveis ou ‘grifos’. O sentimento é de prosperidade e confiança no futuro. Já em Assis Brasil, o sentimento é de que a rodovia não levou em conta a cidade, e permanece à margem do que acontece bem a seu lado.
E para o Acre? Que é a perspectiva?
A secretaria de Indústria e Comércio, sob o comando de um entusiasta da integração, Edvaldo Magalhães, com apoio do governador Tião Viana (que já disse em reservado que pretende construir a Ferrovia entre Cruzeiro e Pucalpa) tem trabalhado sem parar para viabilizar negócios para o Estado. Empresários e empresas do Peru estão sendo estimulados a buscar no Acre, com incentivos da ZPE (Zona de Processamento de Exportação), as oportunidades de curto e médio prazos. O mesmo diálogo está sendo feito com empresas brasileiras com foco na exportação. Ou seja, para o Acre o caminho ainda está sendo construído.