O Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Civil deflagraram nesta sexta-feira, 23, em Rio Branco, a “Operação Zaqueu”. A ação resultou na prisão dos fiscais da receita estadual, Darlan Cunha Brigido e Welligton Wanderley Nobre, suspeitos de praticarem crime de concussão (extorsão) fiscal, em conjunto com Sérgio David de Souza, que também foi preso.
A operação da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco) e da Promotoria de Evasão Fiscal do MPE, impediu que o bando, supostamente liderado pelos fiscais, levasse do dono de um posto de combustíveis R$ 26 milhões. Segundo a investigação, Darlan Cunha e Welligton Wanderley, que trabalhavam na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) há sete anos, ameaçavam aplicar multas de valor astronômico ao estabelecimento. Nessa hora entrou em cena Sérgio David, intermediário, que alegando ser amigo dos fiscais fazia uma proposta ao empresário num valor menor, e garantia que se a vítima pagasse receberia uma pequena advertência ou até a isenção da suposta irregularidade.
Sérgio David foi preso em uma agência bancária ao tentar descontar um cheque da vítima no valor de R$ 150 mil e com a posse de outros cinco cheques no valor de R$ 50 mil, cada, totalizando R$ 400 mil. Darlan Cunha e Welligton Wanderley foram presos simultaneamente, na sede da Sefaz, no centro da capital. Os policiais e os agentes do Ministério Público, além das ordens de prisão deram cumprimento a cinco mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos documentos diversos, os cheques, computadores pessoais e da instituição.
Ao tomar conhecimento do fato o governador Tião Viana, reafirmou que seu governo é intolerante com a corrupção, em qualquer esfera, e ressaltou total apoio a Polícia Civil e ao Ministério Público durante as investigações. Já o secretário de Estado de Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro, em conversa com os promotores, procurador e delegado, responsáveis pela operação policial, colocou toda a estrutura da Sefaz à disposição da investigação. O promotor Danilo Lovisaro observou que a secretaria está colaborando em todos os aspectos.
O delegado Karlesso Nespoli destacou que a investigação vai continuar, por haver indícios da participação de outras pessoas no evento criminoso. “Nós queremos apurar se esse fato é isolado ou se é prática recorrente”, frisou.