As cinco empresas que na quinta-feira, 11, asseguraram participação no leilão para a construção da linha de transmissão (linhão) de Rio Branco até Cruzeiro do Sul recuaram e não apresentaram proposta no certame realizado na tarde desta sexta-feira, 12, na BM&FBovespa, em São Paulo.
O recuo surpreendeu, porque na tarde de quinta-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, telefonou ao governador Tião Viana e informou que as empresas haviam manifestado interesse em participar do processo, cuja finalidade é construir uma linha de transmissão de 657 quilômetros, que beneficiará os vales do Purus-Iaco, Taruacá-Envira e Juruá.
Ao tomar conhecimento da situação, o governador Tião Viana informou que entrará em contato com o ministro para pedir explicações e solicitar a garantia de que a obra será realizada, visando assegurar que o interesse público seja superior ao empresarial.
A atitude das empresas levanta a possibilidade de haver um acordo com a intenção de pressionar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a aumentar o valor do lance mínimo.
Tião Viana adiantou que, na conversa com Lobão, irá pedir ao ministro o uso da força da lei para garantir o linhão, além da averiguação da suspeita da existência de um lobby empresarial com o fim de barganhar valores maiores do que o estipulado inicialmente.
“O ministro me telefonou adiantando que as cinco empresas iriam participar do leilão, o que não aconteceu. Há algo muito estranho nisso. Mas tenho certeza de que ele está conosco e deve se empenhar para que essas obras tão importantes para o povo do Acre sejam executadas”, destacou o governador.
Trata-se de um investimento de R$ 300 milhões, que vai beneficiar as cidades da região e reduzir os custos do governo com a energia gerada em termelétricas. A obra demonstra a preocupação do governo com o povo do Juruá, vai gerar empregos e melhorar a qualidade do serviço prestado. Segundo Viana, o ministro é totalmente solidário ao Acre e ao governo, e não vai admitir qualquer manobra que prejudique a população acreana.
