Texto sobre a disputa comercial de aviões em que o Brasil tem todas as condições de suprir as nossas necessidades no transporte regional.
Mas a luta política é intensa, porque parte dos políticos, entreguista por natureza, não deseja que o Brasil se fortaleça e ganhe terreno nesse seguimento com a brasileira Embraer.
Por isso é importante ler esse texto do Fernando aqui embaixo:
Não é apenas por vinte poltronas no avião…
Autor: Fernando Brito
Tijolaço
Hoje, a Embraer publicou uma avaliação que estima em 700 jatos de porte médio serão comprados pela América Latina nos próximos 20 anos apenas para a aviação regional.
Não é nenhuma grandeza, se pensarmos no quanto o mercado de passagens aéreas cresceu, bastando uma pequena elevação no nível de renda de nosso povo.
Coloque aí algo como US$ 35 milhões só no preço de compra de cada aparelho e você vai ver como este é um negócio de muitos bilhões, no qual o Brasil tem condições de competir de igual para igual (ou até melhor) que os fabricantes estrangeiros, como a Bombardier.
Há dias, escrevi aqui sobre a “peitada” que o Governo teve de dar no relator tucano na MP da Aviação Regional, que ameaçou estender os subsídios do plano e facilitar a compra de aviões estrangeiros, em detrimento dos nacionais.
Não vingou, mas aproveitaram para enfiar um “contrabando” que permite a completa desnacionalização das companhias aéreas que fazem võos domésticos.
É inacreditável que um país tenha de viver vigiando seu próprio Congresso, que se aproveita de expedientes na penumbra para “enfiar” emendas e subemendas que beneficiam interesses estrangeiros e entregam o controle de nossas atividades essenciais, nossos empregos e – neste caso – uma cadeia de negócios francamente ligada ao desenvolvimento tecnológico, inclusive o de tecnologia de defesa.
E que a Presidenta da República tenha de vetar o que se decide ali, como lesivo ao nosso desenvolvimento, nossa soberania e, até, à nossa segurança.
O mestre Mauro Santayanna, escreve um artigo no Jornal do Brasil sobre o tema, imperdível, do qual só discordo de achar que o subsídio à aviação regional privilegie a Azul. Não entendo, talvez porque não seja mesmo para entender, que Gol e Tam não possam encomendar aviões no Brasil, até porque o público já mostrou que confia nos aparelhos nacionais e não consta que haja vantagens em comprar lá fora, a menos que haja nos negócios algo que não se saiba aqui.