Miguel do Rosário: Globo quer enganar os trouxas do governo e do PT

Miguel do Rosário
Tijolaço

A notícia abaixo, estranhíssima por vir de uma fonte “anônima”, confirma minha tese.

A Globo está apostando alto no impeachment, mas sabe que sua imagem não resistirá a mais uma traição à democracia brasileira.

Então iniciou uma série de operações, lideradas pelo próprio dono da emissora, para tirar o corpo fora.

A Globo nasceu de uma ditadura, uma ditadura surgida de um golpe fruto de conspirações entre Roberto Marinho, outros barões de mídia, alguns governadores do sudeste, generais, além dos americanos.

Um sujeito como João Roberto Marinho pode pagar os melhores consultores políticos do mundo, e eles devem ter lhe dito o que nós, blogueiros, lhe dizemos todos os dias: apoiar um golpe de Estado contra um presidente eleito mancha qualquer empresa de jornalismo; apoiar dois golpes de Estado, não importa se travestido de impeachment, pode representar o seu fim.

Sem querer parecer pretensioso, mas notícias como o furo publicado no Cafezinho, anunciando uma estranha e secreta reunião, a portas fechadas, entre Cunha e os editores do jornal O Globo, abalaram a família Marinho.

O plano é não se meter, porque qualquer interferência midiática num processo de deposição de presidente será denunciado internacionalmente como um atentado à democracia.

A Globo sentiu que o golpe, organizado por ela mesmo,  tomou vida própria e agora lava as mãos.

Há um outro fator em jogo também que pode ter embaralhado um pouco as cartas: as declarações de Emílio Odebrecht contra a oposição.

O patriarca da Odebrecht, segundo relatou o jornalista Jorge Bastos Moreno, estaria furioso em ver seu filho engolfado por uma conspiração golpista midiático-judicial, com viés fascista, em que nenhum direito à defesa é respeitado, e onde a mídia joga todo o seu peso para promover um linchamento moral e político de todos os réus.

Será que Emílio andou ameaçando jogar no ventilador os podres do PSDB e da Globo?

De qualquer forma, a Globo, se quiser que acreditemos em suas histórias de carochinha, contadas apenas para enganar os trouxas do governo e do PT, e fazê-los se desmobilizarem e baixarem a guarda, terá que fazer mais do que plantar notinhas anônimas nos blogs.

(Aliás, quem diria, hein? A Globo plantando notinha anônima nos blogs…)

Terá que combater o golpe e denunciar a hipocrisia e a corrupção tucanas.

Terá, enfim, que fazer jornalismo.

Mas como diz um amigo blogueiro, que adora citar um famoso general, quem acredita nisso, acredita em tudo.

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No Diario do Centro do Mundo

Dilma deve ser sucedida por quem ganhar em 2018, disse dono da Globo a senadores do PT

Por Anônimo

João Roberto Marinho pediu encontro com os senadores do PT, na última quarta-feira.

Dos 13, nove aceitaram.

Durou quase duas horas. Ele abriu, dizendo-se muito preocupado com as “maluquices” de Eduardo Cunha na Câmara, que não comprometem apenas o próximo governo, mas o futuro do País; afirmou, ainda, que o que ele defende é que Dilma seja sucedida por quem ganhar as eleições de 2018, ou seja, impeachment, não.

Durante todo o tempo, escutou as queixas dos senadores, um por um, sobre a parcialidade, os dois pesos, duas medidas, as abordagens dos repórteres querendo declarações que apenas preencham a verdade que já está pré-estabelecida, a repercussão nula do que os governos Lula e Dilma fizeram pelo Brasil.

Recados que foram dados a ele: 1) não mexam com Lula (todos estavam ainda muito mordidos com a charge do Chico do dia anterior (“agora só falta você”), pois o Brasil pode pegar fogo e eles não vão ser bombeiros; na mesma direção, não temos controle sobre nossa base social e é imprevisível a reação que se virá ante uma hipotética prisão de Lula.

Ele pediu desculpas, “ou os senhores estão enganados, ou nós estamos errando feio”, comprometendo-se a levar a avaliação geral dos senadores para os editores.

Disse ainda que, realmente, a cumplicidade entre jornalistas e procuradores de Curitiba, hoje, representa um fator de instabilidade, mas jogou a culpa no PT, “que deu início a essa parceria”. Ao final, pediu para o governo controlar sua base na Câmara.

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