Francisco Dandão – Sim, agora é pra valer, do vera mesmo. A Copa do Mundo de 2022 começa neste domingo e quem for podre que se arrebente. Não há espaço para vacilo. Ao menor escorregão, a vaca pode ir parar no brejo. A bola tem que ser disputada com a volúpia dos famintos quando avistam comida.
Do primeiro ao último minuto de cada jogo, a concentração tem que ser total. Arrumar o cabelo ou se deliciar com a própria imagem refletida num telão, nem pensar. Quem se distrair dentro do campo de jogo pode ter a carteira batida. E depois, por conta disso, arriscar a volta pra casa mais cedo.
Alguns azarões, é certo, já se satisfazem só de estar entre as 32 seleções que viajaram ao Catar, depois de eliminarem as suas concorrentes, nos confrontos regionalizados dos anos que precederam a festa. Mas outras, em bom número até, a estas o que interessa mesmo é o troféu de campeã.
Por razões óbvias, eu coloco o Brasil entre os maiores favoritos. Ser favorito não significa, é claro, chegar em primeiro. Mas esse Brasil nosso desta Copa tem uma artilharia tão pesada que faz tremer até os adversários mais categorizados. Eu é que não queria estar na pele dos zagueiros deles.
De qualquer forma, é melhor ir vendo como as coisas se comportam jogo a jogo. Inclusive porque não é prudente contar com um ovo que ainda não saiu pela cloaca da galinha. Afinal de contas, se o local da postura não for adequado, esse ovo pode se quebrar de encontro a alguma superfície.
Menos mal que com o advento da tecnologia, agora são mais remotas as possibilidades de alguém fazer algum gol em impedimento. Ou com um toque de mão, como aquele que o falecido argentino Diego Maradona fez contra a Inglaterra, na Copa de 1986. La mano de Diós não marca mais gols!
Também, graças a essa tecnologia, não existe mais a possibilidade de os senhores árbitros deixarem passar penalidades máximas. Ou então, de validarem gols cuja bola não ultrapasse totalmente a linha fatal. Erros grosseiros, em benefício de uns e prejuízo de outros, não mais existirão.
Confesso que estou ansioso para o rolar da bola nesta Copa. E já estou procurando tudo quanto é “bolão” para fazer a minha fezinha. Sim, eu sou do tempo do “bolão”, feito numa folha de papel almaço, com os apostadores cravando o seu palpite. Essas apostas em sites não fazem a minha cabeça.
Para o jogo inaugural, por exemplo, entre Catar e Equador, se eu achar um desses “bolões”, vou apostar nos anfitriões. Vou cravar 2 a 1 para os catarianos. Os donos da casa, embora as suas chances de levantar o “caneco” sejam remotíssimas, não merecem sair perdendo logo de cara. É isso aí!
Francisco Dandão – tricolor, poeta, compositor, cronista…