ISTOÉ – Os maus empresários brasileiros do agronegócio e as autoridades que gostam de “passar a boiada” precisarão colocar as barbas de molho. Na quarta-feira (19), o Parlamento Europeu aprovou com ampla maioria uma lei que fecha as fronteiras para a importação de produtos como cacau, café, madeira e borracha que tenham origem de áreas desmatadas após dezembro de 2020. Trata-se da primeira determinação de combate frontal ao desmatamento através do comércio global.
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Mas no Brasil já gera controvérsia. Em um evento no começo de abril para tratar do assunto, a diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori, disse que os empresários têm profundo interesse em debater o tema, mas isso não poderá ser decidido de forma unilateral. “A medida não faz distinção entre desmatamento legal e ilegal e países como o Brasil, que possuem grandes áreas de floresta, serão considerados de maior risco em relação a outros”, afirmou. “A CNA e o agro como um todo são contra o desmatamento ilegal, e o Brasil tem uma legislação própria, que é o Código Florestal.” Segundo ela o foco da discussão agora será documentação que será exigida pelos europeus. “Porque ela não pode onerar mais o produtor rural e a agroindústria brasileira, que já cumpre diversos protocolos internacionais”, disse.