A dança geopolítica do Tratado de Petrópolis

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Foto: Agência Senado

O Tratado de Petrópolis de 1903, assinado entre Brasil e Bolívia, capítulo marcante, onde a dança das fronteiras encontra o ritmo do comércio e da busca por recursos valiosos.

Numa coreografia diplomática, Brasil e Bolívia concordaram com a troca de territórios que reverberará nas décadas seguintes. Uma faixa de terra entre os rios Madeira e Abunã foi cedida pelo Brasil à Bolívia, enquanto o território do Acre mudou para as mãos do Brasil. Mas essa é apenas uma parte da história.

Um dos pontos mais interessantes desse tratado é o compromisso do Brasil em erguer a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Esta obra serviria como uma artéria para o trânsito de mercadorias bolivianas pelo rio Amazonas, abrindo portas para novas oportunidades comerciais e fortalecendo laços que transcendem fronteiras.

Entretanto, toda sinfonia tem seu preço. O Brasil concordou em pagar à Bolívia uma quantia de 2 milhões de libras esterlinas, equivalente a 1,7 bilhões de reais nos preços atuais. Este montante serviu como uma indenização ao Bolivian Syndicate, um consórcio de investidores estadunidenses, devido à rescisão do contrato de arrendamento de 1901. Este contrato, por sua vez, foi moldado pela incapacidade do governo boliviano em conter a invasão crescente do Acre por cidadãos brasileiros.

Nos bastidores dessa negociação, o fator determinante foi, sem dúvida, o componente econômico. A questão territorial, na sua essência, é alimentada pela busca por uma das matérias-primas mais valorizadas, à época, no mercado internacional: o látex. Responsável por movimentar milhões na indústria mundial da borracha, o controle sobre essa fonte tornou-se a peça-chave nesse xadrez geopolítico.

O Tratado de Petrópolis de 1903 foi um capítulo inesquecível na história sul-americana, onde fronteiras se reconfiguraram, e as peças do jogo geopolítico se moveram em busca do látex que impulsionou os destinos das duas nações.

 

by JLab

 

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