Crônica do tempo

Sérgio Ricardo Araújo Rodrigues. Advogado e professor Universitário.

oestadoacre.com

Na última semana tive a felicidade de comemorar 47 anos de vida e, puxa, o tempo voou. Um dia estava brincando na escola e cá estou. Um dia comemorei minha formatura e já se passaram 23 anos. Um dia estava vendo meu filho nascer e o mais velho já completou 12 anos. Um dia conheci o amor e hoje colho seus frutos.

O fato é que o tempo é, de fato, efêmero, penso que cada um tem a exata noção disso quando estamos apagando as luzes do ano de 2023, projetos foram feitos, vidas se foram, vidas nascem, numa velocidade que demoramos a acreditar como passa rápido.

Ano novo e os votos de alegrias, paz e prosperidade a todos leitores OEstadoAcre.com🎍🎉

Será que sabemos contar o tempo?

Uma inteligência artificial desenvolvida para modelar a linguagem escrita pode ser usada para prever eventos na vida das pessoas e até apontar a data da morte, segundo um projeto de pesquisa internacional, desenvolvido por Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), Universidade de Copenhague (ITU) e Universidade Northeastern, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores mostraram que usando grandes quantidades de dados a respeito da condição social e outros aspectos da vida das pessoas para treinar os chamados “modelos de transformadores”, que, assim como o ChatGPT, processam linguagem, as informações podem ser organizadas sistematicamente para prever o que acontecerá na vida de alguém e em que momento o fato pode se desenrolar — incluindo a data da morte, de acordo com a rede de Notícias CNN.

Será que é esse o tempo que quero contar, o tempo que me resta ou o tempo que me é dado?

Prefiro começar a contar o tempo que me é dado, sentir o que uma máquina ou um programa de dados não pode sentir nem julgar, a qualidade de meu tempo.

Sinceramente, não tenho a intenção de saber o dia do meu fim, ou se essas serão minhas últimas palavras, mas quero sentir o oxigênio em meus pulmões e a linda química da vida que faz a cada momento que respiro, quero amar mais, quero lutar mais, quero conquistar o que me falta para ser melhor, quero compartilhar quero ver sorrisos, quero ver um mundo melhor.

A ampulheta do tempo está passando, não sei quanta areia falta para cair, mas uma coisa é certa, não vou desistir da vida.

Fico com o conselho de Lenine:

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Feliz Ano Novo!

 

 

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