Crônica de Dandão: luto na família juventina

dandão

Francisco Dandão – Recebi com pesar, no meio da manhã de terça-feira, a informação do falecimento do Hermínio, meia do Juventus no início da década de 1970. Quem primeiro me falou do infausto acontecimento foi o Mário Jorge “Gaguinho”, amigo do falecido. Depois, vários sites noticiaram o fato.

O Hermínio, que era irmão do Dadão, que partiu para o além em 2018, era tão habilidoso, eu diria, quanto o irmão famoso. A diferença entre eles era de estilo. Enquanto o Dadão era mais voluntarioso, jogando sempre
na vertical, o Hermínio era mais cerebral, preferindo servir aos companheiros.

Outra diferença crucial: enquanto o Dadão permaneceu vários anos em campo, deliciando os olhos de todos os que tiveram a ventura de vê-lo em ação, o Hermínio pendurou as chuteiras de forma absolutamente
precoce, optando por uma sólida carreira de bancário, no Acre e em outros estados.

Que eu tenha lembrança, o Hermínio só jogou bola entre os anos de 1970 e 1975. Primeiro nos juvenis (1970 e 1971) e depois no time principal do Juventus (1972 a 1975). Na base, foi campeão sempre. O Juventus era
imbatível nessa categoria. No time de cima foi campeão estadual em 1975.

Em ambas as categorias, ele jogou ao lado de gente de ótima qualidade técnica. Vejam essa escalação do juvenil do Juventus, em 1970: Filogônio; Salvador, Mustafa, Zé Maria e Toinho; Mauro, Hermínio e
Piririca; Juca, Curu e Carlitinho. Os outros times não eram páreo para essa galera aí.

Enquanto isso, nos quatro anos em que ele jogou no time principal, vejam só quem eram alguns dos seus companheiros, além de Dadão, o irmão já citado neste texto: Deca, Mustafa, Pope, Pingo Zaire, Antônio
Maria, Edson Carneiro, Elísio, Nilson, Carlos Mendes, Laureano, Eliézio etc.

Além da rapidez de raciocínio, que o fazia antever os lances com absoluta precisão, provavelmente o que mais tornava o futebol de Hermínio peculiar era a capacidade de driblar quase sem sair do lugar, em espaços
mínimos. Característica que o fez ser também um craque no futebol de salão.

Aliás, segundo um dia me contou o falecido centroavante Eliézio Mansour, Hermínio e ele (Eliézio) fizeram parte de um time de futebol de salão que se exibia todos os finais de semana numa quadra que existia em
frente ao Palácio Rio Branco. Time que passou mais de dois anos invicto.

Esse time, cujos jogos só aconteciam depois da missa noturna celebrada na Catedral de Nossa Senhora de Nazaré, além de Eliézio e Hermínio, contava com os goleiros Milton e Arnaldo e com os jogadores de linha Dadão, Antônio Maria e Elísio. Era muita qualidade num lugar só!

Francisco Dandão – cronista e tricolor – do amador ao profissional, Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…

 

 

Sair da versão mobile