Corriqueiramente lembro de minha roda de amigos, brincando na rua e conversando sobre nossos sonhos e o que queríamos ser quando crescêssemos.
Alguns foram realizados, outros não, mas o mais importante é que foram buscados.
“Sonhar é preciso”, conforme já diziam grandes sábios ao longo da história.
Não há sonho superficial ou pequeno, que não valha a pena ser sonhado e vivido. O sonho abre as janelas da nossa mente, areja os nossos pensamentos, gera emoções positivas e produz um belo enredo para a nossa vida. Se vier cheio de cores, detalhes, nuances, sabores, então melhor ainda. Sonhos nos inspiram e podem funcionar como uma bússola do nosso coração e da nossa mente, que, alinhados em perfeita sintonia, possam transformar esse enredo em realidade.
Já dizia Fernando Pessoa, que “o homem é do tamanho do seu sonho”. Podemos realmente ser do tamanho das coisas que vemos e sonhamos, e não exatamente da nossa altura. A capacidade do nosso cérebro racional, alinhado ao cérebro emocional, permite fazer muito mais coisas do que podemos inclusive imaginar.
O que me deixa preocupado hoje é que não vemos nossas crianças pensando e vivendo seus sonhos, mas sendo levados a seguir os autodenominados influenciadores, sonhando o sonho de outros, sabendo que aquele sonho não cabe em seus mundos, e, pior, se frustrando por não terem anseios para seu futuro.
Não se buscam mais os sonhos e nem mesmo resposta aos diversos questionamentos que nos surgem, buscam-se soluções prontas e rasas sobre o que os outros viveram e que dominam as mentes de uma gama enorme de nossa sociedade.
No posfácio de seu livro “A Cortina de Ouro”, Cristovam Buarque diz que “cada pessoa é a soma das respostas que deu ao longo da vida às perguntas que lhe foram formuladas. O sucesso depende dos acertos nas respostas. Mas os homens que mudam o próprio destino são aqueles que não se limitam a acertar respostas, mas também criam as próprias perguntas certas para o momento”.
A criatividade está condicionada à inteligência já que se encontra relacionada com a região do cérebro da lógica, atenção, tomada de decisão e prevenção. A eficiência dos neurônios e a organização dos neuritos nesta região revelam a capacidade do processo criativo do indivíduo.
Se pensarmos nas implicações históricas deste processo elas são obvias, pois, foi através desta capacidade que a humanidade se desenvolveu e criou estratégias tanto de nível prático como de nível simbólico, pois, o ser humano e as suas necessidades vão muito além do suprimento das necessidades básicas.
Nos últimos anos surgiu um movimento muito importante chamado de “MAKER”, que via o resgate dos questionamentos em uma mente criativa.
O Movimento Maker está ligado ao conceito de DIY (do it yourself), em português, “faça você mesmo”. Esse movimento incentiva o desenvolvimento de habilidades para que as pessoas possam criar, consertar, remodelar e transformar objetos com as próprias mãos, formando um ambiente de colaboração, criatividade e proatividade.
Se um dia eu pensar em ser um influenciador, quero influenciar nossa juventude a pensar por si só, a criar, a fazer por eles mesmos.
Deixo a linda poesia de Lílian Quédima:
A pior prisão é a da mente!
Solte as amarras de seus próprios pensamentos, não leve para si medos e ansiedades que se baseiam apenas em fatos da sua imaginação.
Não se prenda a vida de outra pessoa, ainda que ela seja referência para você.
Se a vida que você vive desconsidera a sua própria essência… Isso não é vida, é prisão, e prisão é uma espécie de tortura, e tortura é loucura!
Volte para a realidade, tome as rédeas da sua mente e usufrua de sua vida verdadeiramente!