Imprensa do Acre: atenção! Termos políticos são reflexos de comportamentos, não rótulos

Um aviso importante (...)

Ultimamente, tenho notado na imprensa do Acre uma tendência preocupante de desqualificar o termo “extrema direita” como uma estratégia política desonesta. Essa visão simplista não só obscurece a realidade política, mas também enfraquece os princípios democráticos.

É importante entender que chamar alguém de “extremista de direita” não é algo aleatório, mas uma resposta válida a comportamentos e discursos que seguem ideologias extremistas. O fenômeno do bolsonarismo no Brasil, por exemplo, tem sido ligado a ações e falas que ultrapassam os limites democráticos, muitas vezes sugerindo autoritarismo, intolerância e desinformação. Essas características não são únicas do Brasil; movimentos de extrema-direita em várias partes do mundo mostram essas mesmas características.

A crítica ao uso do termo “extremista de direita” como mera tática política ignora o importante papel da imprensa na salvaguarda da democracia. A função da mídia é investigar e informar sobre possíveis ameaças à democracia, independentemente de sua fonte política. Acusar a imprensa de servir a um determinado grupo político é, na verdade, uma tentativa de enfraquecer um dos principais pilares da democracia: a liberdade de imprensa.

Além disso, defender valores como vida, liberdade, família, propriedade e pátria é legítimo, mas não pode ser usado para justificar comportamentos extremistas. É possível promover esses valores dentro das leis e respeitando os direitos humanos. Porém, quando esses princípios são usados para incentivar violência, discurso de ódio ou negação dos direitos de outros grupos, ultrapassam-se os limites aceitáveis e entra-se no terreno do extremismo.

A ideia de desconsiderar críticas válidas como ignorância ou fanatismo é simplista e desrespeitosa. É totalmente viável criticar lulopetismo ou qualquer outra ideologia política com argumentos sólidos e bem embasados, sem recorrer a insultos. 

Em vez de descartar indiscriminadamente quem usa o termo “extremista de direita”, seria melhor reconhecer a complexidade política e fundamentar as críticas em fatos concretos, não em rótulos simplistas. A democracia cresce com discussões abertas.

by JLab

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