Crônica de Dandão: Fatores

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Francisco Dandão – Falam por aí que a ordem dos fatores não altera o produto da soma. Trata-se de um enunciado matemático denominado “propriedade comutativa”. Diz-se que isso é uma verdade absoluta. Não me agrada nada o que se pareça com absolutismos. Absolutos me cheiram à degeneração!

Também não sou dado a acreditar em coincidências, acasos e congêneres. No meu entendimento, cada vez menos confiável, as coisas são como são por conta de uma história que vem lá do começo dos tempos, desde que Deus soprou no barro e os protozoários resolveram andar pelo mundo.

Então, sendo assim, ainda que a propriedade comutativa tenha pouco a ver com os protozoários dessa minha crônica de pé quebrado, me sinto à vontade para dizer que as queimadas, os buracos na atmosfera e o fogo que agora pretende nos assar vivos não tem nada a ver com alguma coincidência.

As imagens que nos alcançam neste instante da história do Brasil, via transmissão dos satélites que giram em volta do planeta sem cessar, são as mais tristes e horripilantes possíveis. A impressão que me passa é a de que a qualquer momento o fogo estará mais perto de mim do que eu gostaria.

No meu entendimento, a vida no planeta está por um fio, embora uns carinhas idiotas ainda digam que é tudo alarmismo. E que nada disso está acontecendo. E que esse fogo que a televisão tem mostrado é propaganda eleitoral dos comunistas para conquistarem ou se perpetuarem no poder.

No dizer desses sujeitos que negam tudo, inclusive a própria existência, depois da primeira chuva, quando as flores da primavera derem o ar da sua graça, todos voltaremos a respirar ar puro e esquecidos trataremos somente de comentar qual o artista que melhor se apresentou no Rock in Rio.

Falar nisso, pelo que eu observei, a maior preocupação do pessoal da organização do Rock in Rio, neste final de semana, aqui na zona oeste da capital carioca, é justamente com a hidratação da galera. Por esses dias, configura-se de suma importância dividir a água entre o fogo e os roqueiros.

Mas, querem saber qual é o cúmulo da ironia (eu ia dizer “coincidência”, mas lembrei que eu escrevi no começo deste texto, que não acredito nisso)? Pois eu lhes digo já. O cúmulo da ironia nesses tempos “ardentes” é que o líder do campeonato brasileiro se chama “Botafogo”.

Eu hein! Tô fora! Nem de fogo eu gosto. Pra mim, churrasco só da churrasqueira elétrica. Que os bombeiros tratem logo de apagar o fogaréu. No meu raciocínio, com tudo o que a gente tá vendo por aí, não é hora de um time chamado Botafogo conquistar o campeonato brasileiro. Não é mesmo!

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