Os rios do Acre — Purus, Juruá, Tarauacá e Envira(…) — enfrentam hoje uma situação difícil: água em níveis muito baixos, secas que duram mais e ciclos naturais que mudaram demais. A Amazônia, talvez, já não aguente mais a ideia falsa de “desenvolvimento sustentável” usada como se fosse só uma exploração controlada dos seus recursos.
Amazônia é um santuário ecológico, cultural e político. É um território que exige proteção plena, porque seu funcionamento íntegro é fundamental para o equilíbrio dos ciclos hídricos que alimentam esses rios, para a biodiversidade que deles depende, e para as comunidades indígenas, ribeirinhas e extrativistas que vivem em sintonia com esse ecossistema.
A insistência em “desenvolvimento sustentável” na região é uma negação da realidade física e biológica da floresta. A ciência mostra que ultrapassar certos limites provoca degradação irreversível — secas e cheias mais longas, perda de espécies, colapso dos modos de vida tradicionais. Esse modelo não respeita o sagrado que a floresta representa, nem valoriza o conhecimento ancestral que orienta a convivência harmônica com a natureza.
Quem ainda defende esse conceito para a Amazônia, especialmente diante dos sinais dados pelos rios, demonstra uma visão míope e um afastamento da sabedoria que nasce da relação profunda entre o povo e a floresta. A Educação verdadeira ensina que há espaços que não se podem tocar — santuários que garantem a vida de hoje e de amanhã.
O futuro do Acre e do Brasil depende de entender que preservar a Amazônia como santuário, intacta e protegida, é condição indispensável para manter vivos os rios, as florestas e as comunidades.
Conto Infantil — “A nascente do Rio Seringal”📖
No alto de uma serra do Acre, uma gota de orvalho acordou ao sol e decidiu deslizar pela folha da seringueira…
Ela encontrou outras gotas que corriam pelas folhas e galhos, e juntas formaram um pequeno açude.
O açude sussurrava histórias antigas da floresta e acordava o canto dos sabiás…
Passou pelas raízes das castanheiras e ganhou força para virar um rio forte, que cuidava do seringal e das aldeias.
Assim, a gota ensinou que toda vida na floresta começa com o respeito e o carinho da natureza…