Por Trevor Hunnicutt e Jana Winter
WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (22) uma ordem executiva designando o movimento antifa como uma “organização terrorista doméstica”. A medida ocorre após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, ocorrido em 10 de setembro, e visa intensificar ações contra grupos de esquerda considerados hostis às visões conservadoras.
Embora o suspeito do crime, um estudante de 22 anos, ainda não tenha sido vinculado ao movimento antifa, a administração Trump utiliza o incidente para impulsionar planos anteriores de rotular grupos de esquerda como ameaças à segurança nacional. A ordem executiva instrui agências federais a investigar e desmantelar operações ilegais associadas ao antifa, incluindo o rastreamento de fontes de financiamento, tanto domésticas quanto estrangeiras.
Críticos alertam que a designação pode representar uma ameaça à liberdade de expressão e aos direitos constitucionais, já que a legislação dos EUA geralmente não permite que grupos domésticos sejam classificados como organizações terroristas. Especialistas jurídicos e autoridades de segurança pública questionam a constitucionalidade da medida e apontam dificuldades na sua implementação, dado o caráter descentralizado e ideológico do antifa.
A decisão revive tentativas anteriores, durante o governo Trump, de rotular o movimento como terrorista, apesar de dados indicarem que grupos de extrema-direita são responsáveis pela maioria dos atos de violência extremista doméstica nos EUA.