Está em curso no governo uma negociação para conceder reajustes salariais a pelo menos 420 mil funcionários. Os aumentos podem chegar a 31%. Os reajustes são para os funcionários do chamado “carreirão”, que congrega trabalhadores que atendem ao público nos vários órgãos de governo. A proposta é elevar o salário para profissionais de nível superior em fim de carreira para 7 mil reais. No entanto, há negociações também com a elite do funcionalismo público, como Receita Federal e Polícia Federal.
“Tenho uma margem muito estreita”, disse à reportagem o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, sem revelar de quanto dispõe para negociar com o funcionalismo público. “Alguns pedidos, não conseguiremos atender.” A expectativa do secretário é concluir as conversas nesta semana.
Todas as decisões quanto a aumentos salariais serão tomadas antes de 31 de agosto – prazo final para o envio ao Congresso Nacional da proposta do Orçamento de 2012.
Não é só o funcionalismo que vai pressionar os gastos no ano que vem. O maior impacto deverá vir do salário mínimo, que terá um aumento de 13% em 2012, segundo informou o ministro Guido Mantega. Nas contas do economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, serão pelo menos 23 bilhões de reais a mais.
Defesa – Mantega defendeu o aumento do salário mínimo, afirmando que faz parte de um acordo fechado em 2007 com as centrais sindicais, pelo qual o piso é corrigido pela inflação do ano anterior e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás. Por essa regra, o salário mínimo não teve nenhum ganho acima da inflação este ano, mas crescerá fortemente em 2012. “Temos uma folga”, disse o ministro.