A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva, que se desfiliou do PV em julho, descartou a possibilidade de ir para as legendas já existentes e disse que há chances de surgir um novo partido do movimento pelo verde e pela cidadania. A legenda, liderada por ela, disputaria as eleições de 2014. A ideia, segundo a ex-ministra, seria colocar um ponto final na polarização entre PT e PSDB na disputa pela Presidência da República. Marina Silva afirmou também que vai apoiar as candidaturas para prefeitos de diferentes partidos em 2012. A sua seleção será por pessoas que se identifiquem com a questão da sustentabilidade. Ela fez palestra ontem, com tom político, em evento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre desenvolvimento sustentável. À noite, participou do lançamento do Comitê MG em Defesa das Florestas.
Ainda em relação às eleições presidenciais, Marina Silva, que teve 20 milhões de votos no pleito do ano passado, disse não saber se vai disputar novamente o comando do Palácio do Planalto, mas não descartou a hipótese: “A política é a forma que eu tenho de dar minha contribuição para que o mundo seja melhor. Em 2010, essa contribuição veio na forma da candidatura à Presidência da República. Em 2014, eu ainda não sei. Se tiver de ser, digamos, a carregadora de pasta de quem melhor representar esse projeto, pode ter certeza que serei eu”, ressaltou.
Para a ex-ministra, não se cria um partido apenas por eleição, mas quando se têm ideias, projetos e visão. Por isso, segundo Marina, se o movimento pelo verde e cidadania — criado por ela desde que se desfiliou do PV — tiver esses três requisitos, poderá “uma parte dele” se transformar em um partido. Além dos ex-filiados do PV, que deixaram a legenda com a ex-senadora, fazem parte do movimento, segundo ela, pessoas de outras legendas, como Heloísa Helena (PSol-AL), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ricardo Tripoli (PSDB-SP).
Marina Silva negou ainda as especulações — que surgiram com a sua indicação para receber o título de cidadã honorária na Assembleia de Minas — de que ela teria feito aproximações com o PSDB do estado. “Na atual conjuntura, vejo os partidos apenas como projeto de ganhar o poder pelo poder e eu quero discutir ideias, visão de mundo, eu quero discutir propostas”, disse. “Eu não trato os 20 milhões de votos que tive como se fossem uma herança. Trato como se fossem um legado.”