PG-20 – A Polícia Federal cumpriu 15 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão desde a madrugada desta sexta-feira, 10, durante ação da Operação G7 que investigava, desde setembro de 2011, atividades de sete empresas que atuam no Acre especialmente no ramo da construção civil que teriam formado cartel para afastar a concorrência no setor. Durante a investigação, que contou com a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos, a PF constatou que a ação tinha ramificações na estrutura do governo do estado com a participação de servidores públicos e detentores de cargos de confiança. O nome da operação é em alusão à forma como o grupo de empresários se autointitulava.
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Em entrevista coletiva, os delegados Marcelo Sálvio Rezende Vieira, superintendente regional da PF no Acre e Maurício Moscardi Grillo, delegado regional de combate ao crime organizado, explicaram que os 15 acusados foram presos por terem cometido crimes contra a ordem econômica, peculato, falsidade documental, corrupção ativa e passiva, entre outros que ainda estão sendo levantados nesta etapa da investigação, que está em fase final.
Ao logo da investigação descobriu-se que houve atuação de pessoas ligadas ao governo para facilitar a contratação de empresas que usariam recursos de programas de governo. “Algumas obras embora não tenham sido executadas foram ressarcidas por pessoas que tinham funções estratégicas, obras não concluídas e pagas do programa Ruas do Povo”, disse o superintendente Marcelo Sálvio.
Das licitações examinadas pela Polícia Federal que estariam sendo executadas nos municípios de Tarauacá, Manuel Urbano, Plácido de Castro, Vila Campinas e Acrelândia no valor de R$ 40 milhões foram desviados em torno de R$ 4 milhões. Esse dinheiro não era rateado entre as empresas Também foi identificada fraude em licitação que contrataria serviços de construção de clínica para exames médicos que indicavam desvio de recursos do Sistema Único de Saúde, do governo federal.
O delegado Marcelo Sálvio afirmou que nesta fase da operação ainda há a busca de elementos de prova. O material arrecadado pode esclarecer fatos obscuros não conclusivos, inclusive com o surgimento de novos nomes no esquema criminoso.
A desembargadora Denise Bonfim é a relatora do procedimento que tramita hoje no Tribunal de Justiça do Acre e deferiu as medidas pleiteadas pela Polícia Federal durante a investigação. O Ministério Público do Estado teve acesso a parte dos procedimentos que tramitou no TJ.