Autor: J R Braña B.
A entrevista concedida pelo senador Jorge Viana nesta semana em Rio Branco foi mais uma vez – na minha opinião – direcionada para o rumo errado.
Da última vez que falou para o Acre24h eu mesmo disse que o senador havia perdido uma excelente oportunidade para, de forma pedagógica, explicar ao Acre o que está acontecendo de fato no país.
Claro, sobre a crise política e sobre os golpistas, midiáticos, inclusive – que querem sacar a presidenta Dilma de qualquer jeito do Planalto e criminalizar o PT.
Mas não foi o que vimos na entrevista.
Agora, novamente o senador, que já foi governador – e foi num tempo de país quebrado com o desgoverno tucano de FHC – concede nova entrevista e fala em senões no governo do irmão Tião Viana.
Pela sua experiência e talento, avalio que Jorge Viana jogaria muito mais papel no senado liderando a defesa da presidenta Dilma e o seu governo.
Poderia ser linha de frente no embate com a oposição, que tem açoitado o governo na tribuna daquela casa diariamente.
A luta é política e de comunicação também.
E o governo Dilma precisa falar para a sociedade.
O senado é uma trincheira.
E isso Jorge sabe fazer e bem.
Em relação à entrevista concedida aos meios locais só inflamou a oposição, que se agarra à qualquer coisa para ver o circo pegar fogo no intuito de desgastar o governo do Acre.
Fatos imutáveis.
O governador é Tião Viana.
Ponto.
Foi o seu jeito de governar que foi escolhido pela maioria dos eleitores.
Ponto de novo.
As exigências no Acre hoje são muito maiores que em outros tempos.
Maiores até que no tempo de Jorge governador, e ele fez um governo histórico, reconhecido.
Porém, o Acre ainda busca uma saída para o futuro.
Uma saída econômica que o governador Tião Viana tem buscado e não se pode negar.
Não tem sido fácil.
Porque é assim mesmo.
Uma vocação econômica, um modelo de desenvolvimento, não se consolida assim de uma hora para outra.
Há avanços e retrocessos nesse período.
Dúvidas.
Recuos de investidores.
E tudo que se possa imaginar.
[E não vou nem lembrar que foi nesta gestão que o Acre apartou-se do Brasil, com isolamento proporcionado pelo Rio Madeira..,,Nenhum governador acreano, em 100 anos, enfrentou esse tipo de situação]
Vejam que temos um corredor aberto para o Pacífico e o Acre ainda não deu o pulo do gato.
Porque os processos de integração são lentos.
Cheios de desvios, complicados.
Claro que há diferenças no jeito dos governos.
Tião Viana é pragmático, direto.
Diferente de Binho, que era detalhista, metódico, ongueiro, professor, digamos assim.
Porém, menos político.
Detestava a relação com deputados e políticos empresários.
Odiava ter que ir à Expoacre ver uma manada de cavalos desfilar na abertura do evento.
Seu jeito de ser.
Mas isso também cansou e a sociedade exigia rapidez, agilidade, economia funcionando…
No Acre o capitalismo ainda não chegou direito.
Aqui ainda é o Estado a mãe e o pai de todos.
De todos!
Se no Brasil o Estado é o grande pai de todos – vejam só as empresas que estão arroladas nos processos de investigação da Lava Jato… Todas dependendo de recursos do papai Estado para sobreviver – imagina no Acre, onde não existe capital privado suficiente para caminhar sozinho.
E nesse disse-me-disse da entrevista do senador JV a oposição tentar tirar proveito com a ajuda – by proxy – de seus porta-vozes na imprensa local.
E isso não interessa ao governo e muito menos ao Estado.
Bola pra frente!