# eleição
Uma emissora de TV, uma concessão pública, vira um partido político…destrói quem quer e fica por isso mesmo – J R Braña B.
Por Fernando Brito
tijolaço
A “denúncia” contra Ciro Gomes, sobre a qual o Jornal Nacional ontem dedicou extensa reportagem, praticamente copiando o texto publicado pelo Jornal O Globo é conhecida há, pelo menos, um ano.
Em 30 de setembro de 2017, a Veja publicou que ” a delação da Galvão Engenharia vem tirando o sono das equipes de dois presidenciáveis pouco citados na Lava-Jato, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes“.
Em novembro daquele ano, Luiz Edson Fachin pediu “ajustes pontuais” na delação.
Porque este ovo, chocado há tanto tempo, eclodiu ontem?
A “reportagem” do JN não traz nenhuma informação nova em relação às publicadas por O Globo. É, sem tirar nem por, uma coletânea de recortes do jornal, que se estende por quatro minutos e meio, um tempo que só se dá a grandes acontecimentos ou, como no caso, matéria de interesse editorial. Ainda mais sem nenhum material de apoio.
Destruir apoios de Ciro na classe-média para alimentar uma subida de Jair Bolsonaro neste eleitorado? Ou deter, neste mesmo segmento, um crescimento do ex-governador do Ceará que “contivesse” o crescimento de Fernando Haddad?
Desqualificar seu apoio, num segundo turno a Haddad?
Apenas demonstrar-se imparcial e por fim aos boatos de que estaria apostando numa “alternativa Ciro” na qual, entre todos os institutos, só o Datafolha, ainda que discretamente, põe suas fichas? Se é isso, assemelha-se às ilusões de Ciro com o ‘Centrão’, esperança que o fez cometer vários erros de condução da campanha.
Seja o que for, pela idade e qualidade do material usado, bom jornalismo não é.
Se fosse, um ano depois de levantada a acusação, o assunto já teria sido tema para muitos “exclusivos”, porque o conteúdo, como se viu pelo histórico, já tinha “aniversário de vazamento”.
Tem batata nessa chaleira, diria Leonel Brizola.