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Se a pandemia matasse todos os índios, eles estariam comemorando, afirma líder Ashaninka sobre governo Bolsonaro
Na avaliação de Francisco Piyãko, discursos e práticas do atual governo brasileiro passam a impressão de que a morte de indígenas pelo coronavírus seria a estratégia para a apropriação dos territórios tradicionais
-Qualquer doença que vier para matar os povos indígenas eles vão comemorar. Para eles, seria um ganho muito grande se os povos desaparecessem com esta pandemia – afirma Piyãko. Até agora ele tem liderado um processo bem-sucedido de contenção do coronavírus entre o povo Ashaninka morador das aldeias da Terra Indígena Kampa do Rio Amônea, no município acreano de Marechal Thaumaturgo.
Entre as ações desenvolvidas por eles está a ajuda aos Ashaninka que moram no outro lado da fronteira, no Peru. Os Ashaninka são descendentes do Império Inca e habitam esta região da Amazônia dividida por fronteiras imaginárias pelo colonizador europeu.
Segundo Francisco Piyãko, não fossem as medidas adotadas pelas próprias populações indígenas para enfrentar a pandemia – como o autoisolamento dentro das aldeias e o uso de tratamentos tradicionais a partir de plantas da floresta – o impacto da Covid-19 teria sido bem mais devastador. “Se não tivéssemos força para suportar esta doença, teria sido um genocídio mesmo.”
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