Editorial do jornal diário israelense Haaretz(A Terra ou O País), debita na conta de Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro, a responsabilidade pelos conflitos com o Hamas, grupo extremista palestino. E diz que a nomeação de ministros de extrema-direita no gabinete do governo é a razão principal do acirramento político. oestadoacre reproduz direto do Haaretz, pois se trata de um assunto importante debatido nas últimas horas em todo mundo.
E começa assim o editorial, sem meias-palavras:
O desastre que se abateu sobre Israel no feriado de Simchat Torá é da clara responsabilidade de uma pessoa: Benjamin Netanyahu…
Em nova análise na edição de hoje(lá já é segunda-feira), o jornal diz que Benjamim Netanyahu deve ser afastado do comando do governo israelense.
O que diz o Editorial
O Haaretz, principal jornal israelense, apontou nesta segunda-feira o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, como o responsável pelos ataques sem precedentes orquestrados pelo Hamas, que deixaram mais de mil mortos. O Haaretz destacou a incapacidade do premier de avaliar os riscos para a escalada do conflito representados pelas políticas francamente hostis aos palestinos e pela presença no governo de representantes da ultradireita religiosa radicalmente antiárabes.
“O primeiro-ministro, que se vangloria da vasta experiência política e da sabedoria insubstituível em matéria de segurança, falhou completamente em identificar os perigos a que conscientemente direcionava Israel, ao estabelecer um governo de anexação e desapropriação, ao indicar Bezalel Smotrich [ministro das Finanças] e Itamar Ben-Gvir [ministro da Segurança Nacional, da extrema-direita] para postos-chave, enquanto adotava uma política externa que abertamente ignorava a existência e os direitos dos palestinos”, diz o texto.
O Haaretz pondera que as falhas dos serviços de inteligência e das Forças Armadas vão surgir à medida que os fatos sejam apurados e que haverá pressão para que seus chefes sejam afastados e responsabilizados. No entanto, argumenta que as falhas dos outros setores do Estado não reduzem a centralidade do papel do primeiro-ministro na eclosão da crise, já que é “o árbitro final das questões externas e de segurança de Israel”
Sobre a guinada à direita do governo do premier que mais tempo governou na História do país, o Haaretz lembra que, no passado, Netanyahu adotou o perfil de um líder cauteloso que evitou guerras e muitas perdas de vidas israelenses, mas, “após sua vitória na última eleição, ele substituiu esta cautela pela política de um ‘governo totalmente de direita’ com passos claros tomados para anexar a Cisjordânia, de levar adiante limpeza étnica em partes da área-C definida pelos Acordos de Oslo, incluindo as Colinas de Hebron e o Vale do Jordão”.
O Haaretz afirma que o Hamas aproveitou a crescente revolta na Cisjordânia, onde “os palestinos começaram a sentir a mão mais pesada” da ocupação israelense, com a ampliação de assentamentos e do aumento do número de colonos judeus no território, perto do Monte do Templo e da Mesquita de al-Aqsa.
O jornal ataca ainda as acusações que Netanyahu enfrenta na Justiça, e sua cruzada para aprovar uma polêmica reforma do Judiciário, amplamente considerada antidemocrática. “Um primeiro-ministro denunciado em três casos de corrupção não pode cuidar de questões de Estado, já que os interesses nacionais vão ser necessariamente subordinados a liberá-lo de uma possível condenação à pena de prisão”.
(…)
Grifo meu: pois é: você não viu nem leu essa notícia no Brasil… de forma clara…
J R Braña B.
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