Palavras da ministra Marina:
Recebo consternada a notícia da partida de Djacira Maia, a querida Dedê, pioneira do indigenismo na Amazônia e companheira de tantas lutas em favor da floresta e de seus povos.
Dedê e sua irmã, Concita, subiram os rios do Acre com o antropólogo Terri Aquino, ainda nos anos 70, para aprender com os povos indígenas os saberes da floresta e para ajudá-los a demarcar terras, criar escolas e valorizar sua produção cultural, material e simbólica.
Tornou-se ela também uma mestra de sabedoria, como as artesãs Huni Kui com quem conviveu e trabalhou. Escreveu livros, gravou vídeos e compartilhou sua experiência com as novas gerações que hoje seguem no trabalho e na luta.
Sendo mais experiente do que eu, sempre me acolheu nos momentos de grandes desafios que atravessamos, acompanhando as lutas dos povos da floresta, sobretudo no mandato que exerci como deputada estadual.
Já não a encontrava há vários anos, e soube que ela, mesmo com problemas de saúde, continuava trabalhando e passando sua experiência e seus conhecimentos aos mais jovens, com a paciência e o carinho de sempre.
Rogo a Deus para confortar seus familiares e amigos e para que seu legado de trabalho tenha acolhida, seja reconhecido e valorizado, porque é essencial carregar para o futuro as boas sementes plantadas pelos que vieram antes de nós.