Francisco Dandão – Fiquei sabendo num noticiário qualquer, desses que falam menos de desgraças e mais de amenidades, que vários jogadores de futebol da década de 1990 estiveram nessa semana que recém passou em Willemstad, capital da aprazível ilha de Curaçao, antiga colônia holandesa na região do Caribe.
Muita gente boa, pelo que eu vi no vídeo e depois na internet, foi retocar o bronzeado sob o sol do lugar. Casos, pelo lado dos brasileiros, de Ricardo Rocha, Paulo Sérgio, Bebeto, Gonçalves etc. E casos, pelo lado dos gringos, de Valderrama, Asprilla, Goycochea, Seedorf etc. Tudo gente fina!
(Que me perdoem os ufanistas de toda a espécie, mas não há lugar melhor para retocar o bronzeado do que o Caribe. Eu sei disso por experiência própria, uma vez que já estive em dois lugares da região, no caso Curaçao e República Dominicana, e voltei ao Brasil igual a pão torrado).
O motivo da reunião dessa galera no citado paraíso caribenho, bronzeado à parte, foi a disputa de um torneio de futebol para “celebrar o poder transformador do esporte”. Traduzindo: mostrar à sociedade que muita coisa boa pode surgir a partir da prática saudável e orientada do futebol.
Eu acho que foi uma boa ideia dos organizadores. Para um país que não tem tradição no futebol, qualquer iniciativa que venha despertar a atenção dos jovens para o referido esporte (ou qualquer outro) é sempre bem recebida. Sempre é melhor uma bola nos pés do que uma pistola nas mãos.
Independentemente, porém, dos objetivos do evento, o certo é que não poderia haver lugar melhor para celebrar alguma coisa do que um desses recantos caribenhos. Principalmente se a reunião acontecer no primeiro semestre, quando não há risco de nenhum furacão passar varrendo as praias.
Quer dizer: supõe-se que não haja risco. Do jeito que as forças da natureza andam inquietas, dando o troco na insanidade das ações humanas, a exemplo da tragédia que se abate sobre os gaúchos por esses tempos, não se pode garantir nada. Não se pode garantir nada, nem saber se vai piorar.
Sim, tudo pode piorar. Não falo isso por catastrofismo ou me imaginando alguma “Cassandra” pós-moderna, portador de más notícias. Nada disso. É que o modelo de desenvolvimento pelo qual nós humanos e racionais (hein?) escolhemos é o da depredação. E o futuro que se arrebente.
Em tempo: fui para a apresentação da Madonna, sábado passado. Conforme prometido na crônica anterior, estou avisando a vocês que voltei pra casa são e salvo. Experiência única, mas que não pretendo repetir. Muita gente maluca. E a Madonna nem cantou. Não foi um show musical. Só teatro.