Por Marcus e Ângela Fleming – Retomamos, mais uma vez, as newsletters semanais com o compromisso de trazer aos leitores desta conceituada coluna Gestão e Governança os temas mais relevantes para o mundo corporativo e público. Neste recomeço, propomos à reflexão um tema de grande relevância: o Planejamento Estratégico.
Essa ferramenta de gestão tem despertado a consciência dos empresários e gestores para a necessidade de redirecionar seus empreendimentos — sejam eles micro, médios ou grandes — diante das novas exigências do mercado.
A cada dia, o ambiente de trabalho exige uma postura mais proativa, com foco em liderança, governança e inovação. Vivemos em um mundo globalizado, conectado por tecnologias disruptivas, marcado por mudanças geopolíticas e econômicas rápidas. Isso impõe desafios inéditos às organizações e faz com que o empresariado se mostre inquieto e reflexivo.
Além disso, novas gerações, como a Geração Z, surgem no pós-pandemia com comportamentos e valores distintos, dentro e fora das organizações. Diante desse cenário, torna-se imprescindível repensar modelos de gestão, incorporando mais empatia, flexibilidade e capacidade de adaptação. A valorização do capital intelectual e a gestão das adversidades tornaram-se pontos-chave para a sobrevivência e prosperidade das empresas.
As constantes transformações externas impõem uma revisão contínua de estratégias. Isso inclui desde a reformulação de valores e objetivos organizacionais até a necessidade de alinhar processos como produção, logística, marketing e relacionamento com stakeholders — clientes, fornecedores, acionistas e colaboradores.
A velocidade das mudanças nos campos político, econômico, social e tecnológico reforça a urgência do planejamento. É nesse contexto que se destaca o conceito de “New Life Learning” — a necessidade de aprender, desaprender e reaprender continuamente, dentro e fora das empresas.
Revisar planos, ajustar estratégias e desenvolver projetos alinhados à nova realidade é um movimento essencial. Trata-se de ampliar a visão de negócios para o curto, médio e longo prazo, com foco em inovação, resiliência e performance.
Nosso posicionamento se fundamenta em anos de experiência no setor público e privado, estudos em nível de mestrado e pesquisas sobre o tema. Compartilhamos aqui não apenas conceitos, mas vivências e análises baseadas em literatura especializada, nacional e internacional.
Estamos vivendo uma nova revolução: a da informação, da Inteligência Artificial e da Inteligência Emocional. As mudanças geopolíticas na ordem mundial exigem novas estratégias organizacionais. Questões como a guerra comercial liderada pelos Estados Unidos durante o governo Trump, os impactos da política externa e o cenário inflacionário brasileiro exigem reflexão sobre como o planejamento estratégico deve reagir às instabilidades do cenário global.
Como afirmou Paulo Freitas em seu artigo “O foco na gestão” (2002), as estratégias vencedoras valorizam e capacitam profissionais capazes não apenas de executar tarefas, mas de aprimorá-las de forma criativa. Essa é a chave para uma gestão mais preparada, inovadora e eficaz.
A experiência docente no Ensino Superior e Profissionalizante, aliada às pesquisas em gestão, reforça a convicção de que o planejamento estratégico é uma das funções gerenciais mais relevantes do século XXI. Ele cria uma janela de oportunidades e exige dos CEOs uma postura mais consciente, profissional e voltada à responsabilidade social.
A pandemia evidenciou a necessidade de reestruturação organizacional, levando empresas à adoção de novos modelos de trabalho, como o home office, e estratégias para garantir sua continuidade.
O alinhamento entre Planejamento Estratégico e Plano de Desenvolvimento Institucional impulsiona a busca por vantagens competitivas. Isso vale não apenas para grandes corporações, mas também para pequenas e médias empresas. O pensamento estratégico deve ser uma habilidade de todos — do gestor ao colaborador — para que se tornem agentes de mudança com foco em resultados e no crescimento sustentável das organizações.
É igualmente essencial reconhecer os fatores facilitadores e limitadores do planejamento, mapeando forças, fraquezas, ameaças e oportunidades. Isso permite um diagnóstico preciso do ambiente organizacional, interno e externo, e contribui para o fortalecimento da cultura de gestão estratégica.
Por fim, muitas organizações falham por não saberem formular adequadamente sua missão, visão, objetivos e metas. Falta-lhes uma postura verdadeiramente estratégica, capaz de transformar desafios em oportunidades e incertezas em inovação.
No próximo artigo, abordaremos com mais profundidade as etapas do Planejamento Estratégico, compartilhando experiências práticas e referências de autores renomados sobre o tema.
* Prof. Adm. Marcus Vinicius de L. Fleming, auditor, pós-graduado em planejamento, Mestre em Administração pela UFMG.
* Profa. Adm. Msc. Angela Maria Bessa Fleming, pós-graduada em Administração Pública, Mestre em Engenharia Civil – UFF/RJ e Presidente do Conselho Regional de Administração do Estado do Acre – CRA-AC.