Xico Sá, do ICL
Não é nada fácil escolher o canalha da semana no momento em que o machão “imbrochável” Bolsonaro mia qual um siamês carente no banco dos réus do STF.
A cafajestagem correu solta. Até o general que parodiava Bezerra da Silva (“se gritar pega Centrão/ não fica um meu irmão”) optou pelo silêncio culposo na Suprema Corte.
A canalhice civil também merece destaque. Não é moleza eleger o tal personagem no mesmo tempo em que a deputada Carla Zambelli foge para a Itália, via Miami, e desaparece da cena do crime como no enredo de um livrinho policial de banca.
E saber que o ex-presidente Michel Temer, dublê de coach, treinou Jair para enfrentar o Alexandre de Moraes? O vampiro sempre à espreita. Proteja suas carótidas.
Ainda teve a molecagem do Nikola em tocaia parlamentar contra o ministro Fernando Haddad… O desespero de Hugo Motta, presidente da Câmara, em defender os super-ricos do pagamento de impostos também o credenciaria a personagem da semana.
Nada supera, porém, o alívio do povo pernambucano que ama o forró. Em plena festa junina, a PF prendeu o sanfoneiro da quadrilha, o agourento que acompanhava Bolsonaro nas lives da pandemia.
Lembre-se do cenário: o país sem fôlego, diante do genocídio, e o infame arrastando aquele fole maldito para embalar a Velha da Foice que ceifava vidas e enchia os cemitérios.
Sim, o ex-ministro do Turismo não foi detido por maltratar a sanfona na terra de Luiz Gonzaga, mas pelo crime de obstrução de Justiça — tentou obter um passaporte português para levar o delator Mauro Cid para fora do Brasil.
É o cafa da semana, mesmo com a fartura de canalhices no noticiário. Os presidiários pernambucanos agora terão um castigo a mais: servir de ouvidos para o sanfoneiro. Há quem já fale em pedir remição de pena pelo sacrifício.
(Xico Sá, do ICL)