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Francisco Dandão – Escrevi na crônica da semana passada que eram remotas as chances de o Independência passar para a segunda fase do Campeonato Brasileiro da Série D de 2025. De fato, assim era, uma vez que o Tricolor de Aço, que enfrentaria o Manauara-AM, não dependia somente das suas próprias forças.
Era necessário que o Independência vencesse o seu adversário e que pelo menos um dos seus concorrentes diretos, no caso o amazonense Manaus e o paraense Águia de Marabá, não lograsse qualquer êxito nos seus confrontos com, respectivamente, o amapaense Trem e o roraimense GAS.
Levando-se em conta que tanto o Manaus quanto o Águia demonstraram durante a primeira fase estarem à frente dos seus adversários da última rodada, frequentando boa parte do tempo a zona de classificação à etapa seguinte, então o horizonte se mostrava bem ruim para o time acreano.
Eis que, então, a mão do destino resolveu dar o ar da sua graça e tudo ocorreu conforme a galera do Independência torcia que acontecesse: o Tricolor de Aço bateu o Manauara e o Águia de Marabá empatou com o GAS, que não aspirava mais nada no torneio e jogava só pra cumprir tabela.
Como tudo isso aconteceu da forma menos provável possível, eu me peguei pensando em qual o motivo para o destino dar essa forcinha para o Independência, que dentro do campo perdeu até para o Humaitá (lanterna da Série D), dando uma demonstração de que não merecia seguir muito além.
E foi aí (nessas de pensar daqui e dali) que entrou na história o meu afilhado Manoel Façanha, me lembrando que o Tricolor de Aço estava a fazer aniversário neste sábado (2 de agosto): 79 anos de muitas glórias e um tanto de desgostos. Momentos bons e ruins, que nem tudo pode ser perfeito.
Então, eu creio que foi isso mesmo (só pode ter sido). Para não deixar os torcedores tricolores comerem um bolo estragado com um suco azedo, às vésperas do aniversário do clube, o senhor destino resolveu dar mais uma chance para o time do Marinho Monte e o fez ultrapassar a fase inicial.
Agora, já que caiu do céu essa sequência, cabe ao elenco atual fazer valer a tradição do Tricolor de Aço, cuja torcida nos tempos do amadorismo arrancava os galhos das mangueiras que ficavam atrás das arquibancadas de cimento do estádio José de Melo, e atropelar o próximo adversário.
Eu sei que a parada não vai ser fácil. Afinal, quem vem pela frente é o competente Altos, do Piauí, primeiro colocado no Grupo A2 na primeira fase da competição. Oxalá possa baixar nos atuais jogadores do Independência o espírito de antigos craques como Jangito, Escapulário e Bico-Bico. Oxalá!
Francisco Dandão – cronista e tricolor – Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…