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Home Acre

‘O Acre foge do presente e busca um futuro ameaçador’

A promessa do agronegócio acreano: riqueza e desafios socioambientais sob a ótica da crítica do professor Porfiro

por oestadoacre.com
17 de setembro de 2025
em Acre, Artigos / Colunas / Diversos
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Por José Porfiro* – Nas eleições estaduais de 2018, o então candidato Gladson Cameli (atual governador, prestes a concluir seu segundo mandato) apresentou uma proposta de plano de governo denominada “Mudança e Competência (2019-2022)”. A proposta – organizada por nove eixos temáticos – é inédita e surpreendentemente assinada por quem participou de sua elaboração (na maioria professores comunistas da UFAC). A centralidade do plano ficou reduzida à noção de que o futuro do Acre estaria em uma estratégia de desenvolvimento baseada no agronegócio (EIXO UM).

porfiro

Naquele instante (2018), o futuro governador Gladson Cameli (PP) estava representando um movimento rancoroso contra o governo do Partido dos Trabalhadores, que iria completar 20 anos no Palácio Rio Branco. Para isso, nada mais simbólico que sustentar o plano de governo com a bandeira do agronegócio, o qual já trazia embarcado consigo o bolsonarismo nacional. Ao mesmo tempo, esse rancor significava um retorno ao passado da ditadura militar, manifesto na genealogia do Partido Progressista (PP), iniciada pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido fundado em 1965.

No Acre, antes da bandeira do agronegócio se estabelecer quase como um cânone religioso (juro que não é trocadilho com bolsonaristas), na proposta de governo de Gladson (2018), economistas de outrora haviam concebido, no âmbito da Comissão Estadual de Planejamento Agrícola (vide foto abaixo), ações de políticas públicas. No início da década de 1980, foi implantada a Usina de Beneficiamento de Castanha (1983-87), espaço atual da Usina de Arte João Donato (esta, inaugurada em 2006). Bem antes do surgimento da COOPERACRE, em 2001, já funcionava, a seu modo, há uma década, a Cooperativa Agroextrativista de Xapuri (CAEX) – 1990. Essas iniciativas não estavam tanto na mira da “Mudança e Competência” (MC).

Na realidade, na MD até havia, quase como um entulho, no oitavo eixo temático, Inovação e Tecnologia. Geralmente, em propostas desta natureza, dada a composição da equipe de elaboração, a linha-mestra de concepção fica bem explícita. No caso da MC, esse aspecto não revelou-se tão singular. No capítulo de princípios, dizia-se que haveria o resgate dos valores perdidos da família, assim como, seria um modelo de crescimento econômico baseado na geração de riqueza.

Para além disso, destacou-se impulsivamente o desejo de apagar qualquer coisa que se referisse à memória pública das duas décadas precedentes, por intermédio da bandeira do agronegócio e do bolsonarismo. Era o presente que o Acre deveria instituir, sem o passado imediato, mas, com todas as reminiscências da ditadura militar, nos canais de transmissão da Arena, do PDS, etc., até o PP e dos demais partidos correlatos.

Durante o governo do Partido dos Trabalhadores (1999-2019), foram implantados alguns projetos que se tornaram o alvo principal da ira e ressentimento da propaganda da candidatura bolsonarista de Gladson Cameli e Major Rocha. A Fábrica de Tacos (2006), concebida de um modo, mas apropriada e implantada de outro, no entorno do que se chamou de Complexo Industrial Florestal de Xapuri (Ciflox), assim como a conhecida fábrica de camisinhas, Natex (de 2008), tornaram-se pontos de contato para o que se convencionou chamar de florestania. Na memória oposicionista, essa seria a marca a ser apagada.

Daí, o agronegócio se tornou no emblema da redenção acriana, tanto por galgar-se na condição de estratégia absoluta de desenvolvimento quanto por representar a essência do bolsonarismo acriano. Aspas para a MD: “Nessa proposta, o agronegócio é tratado em uma dimensão factível e que exige baixo custo de investimento estatal, porém, grande alcance social (SIC) e econômico.”

No embalo do agronegócio, o Acre foi tomado por um surto de otimismo, no qual o nível de euforia da população não permitia que ninguém mais dormisse, quase deixando todos em uma situação de insônia crônica; permanente. Bolsonaro foi eleito com 80% dos votos de acrianos eufóricos.

Hoje, não encontramos nenhum acriano que realize uma análise (respeitando o significado dessa palavra) do agronegócio. Os famosos economistas Marcos Jank e Xico Graziano, defensores agressivos do agronegócio, seriam inúteis aqui pelas bandas da periferia da periferia, onde agronegócio e agricultura familiar são tudo agronegócio, conforme o script oficial da propaganda nacional.

O agronegócio, representando a referência singular do futuro do Acre, é uma vedete nacional, como brilhantemente retratou Fernando de Barros e Silva, na Revista Piauí, de junho. Com grande destaque na soja, carnes, milho e café, entre outros, muito bem detalhado, de modo rigoroso e honesto, no relatório contratado pela Friedrich-Ebert-Stiftung (2021), utilizado no início desta semana, na disciplina Economia Acriana.

E onde está o espelho da redenção do agronegócio que o governador Gladson Cameli nos levaria. O coração do agronegócio, local do maior PIB, localiza-se no entorno do municípios mato-grossense, ao longo da primeira metade da BR-163 (Sorriso, Lucas do Rio Verde, Sinop e Nova Mutum) e mais outros, como Rio Verde (GO), etc. Em Sorriso ou Rio Verde, encontram-se torres que simbolizam riqueza e poder. Prédios de trinta ou quarenta andares, com garagens em cada piso.

Entretanto, toda essa riqueza, que estará chegando no Acre, aos padrões dos municípios mato-grossenses, daqui a quinze ou vinte anos, também carrega suas limitações objetivas, quase impossíveis de serem superadas. No próprio setor externo, somos os maiores produtores e exportadores de soja, mas, também importamos valores significativos deste produto. A lógica do comércio internacional explica esta aparente contradição. O saldo das exportações são machucados, por demais, pelas importações de insumos (adubos e agrotóxicos) e máquinas tecnologicamente avançadas.

Toda a pujança do agronegócio não se reflete em sua participação no PIB, pelos dados oficiais do IBGE, assim como na sua capacidade de gerar empregos. Além disso, é uma atividade com baixíssimo potencial arrecadatório, em função dos benefícios exorbitantes que o poder público concede aos empresários.

Mais crítico ainda, diz respeito ao relacionamento dos representantes do agronegócio com a questão ambiental. O PL da devastação e, sua contraface, a oposição à moratória da soja são apenas a ponta do icebergue. O relatório contratado pela Changing Markets Foundation descreve um quadro chocante. Os representantes deste setor não admitem quaisquer formas de regulamentação; tentam quebrar todos os limites possíveis. No âmbito social, o agronegócio não é menos contraditório. No caração da riqueza dos municípios mais ricos mencionados acima, tem´se uma das maiores taxas de estupro do Brasil. Imagine aqui no Acre, quando a MD de Gladson Cameli se concretizar totalmente, daqui algumas décadas, tendo como suporte o bolsonarismo acriano que hoje é a característica mais distinta do estado do Acre. É um presente que mira um futuro inevitável do agronegócio quase ameaçador.

*José Porfiro da Silva. Professor da UFAC. Estudou na UFAC, na UFRRJ (mestrado) e na UFRJ (doutorado). Instagram de seringueiro em Roma: @joseporfiro.

(…)

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Tags: #porfiroalémdos numeroseconomia
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