O site Intercept Brasil, o mesmo que revelou os esquemas da lava jato de Curitiba, um conluio entre juiz e procuradores para perseguir e prender adversários políticos – informou esta semana que foi censurado por uma decisão da justiça do Acre após fazer duas reportagens que citam os proprietários da fazenda Zamora.
Diz o Intercept:
Recentemente, o mega-pecuarista Sidney Zamora Filho e seu pai, Sidnei Zamora, conseguiram censurar duas reportagens do Intercept sobre acusações de graves crimes.
Os Zamora entraram na justiça contra o Intercept pedindo a remoção do conteúdo – inclusive das redes sociais – e indenização de R$ 80 mil. Na petição, alegaram que o conteúdo das reportagens não era verdadeiro – embora fatos documentados apontem o contrário.
Nós sustentamos cada palavra da nossa reportagem, bem como nosso direito – e obrigação – de publicá-la. Mas desembargadores nos obrigaram a limpar toda referência das matérias da internet. Somos proibidos judicialmente, inclusive, de caracterizar os casos.(…)
É isso mesmo: o Intercept foi censurado sem que houvesse qualquer sugestão de que uma única palavra que publicamos estivesse errada. (…)
No único voto divergente, o desembargador Luís Vitório Camolez (TJ do Acre) diz que as publicações do Intercept não “surgem de forma isolada, tampouco dissociadas de outros fatos de conhecimento público”, e afirma que evidências afastam o indício de que extrapolamos o direito à informação. Exigir a remoção, para ele, seria uma violação à liberdade de imprensa prevista na Constituição.
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Aqui a explicação do Intercept sobre a decisão imposta ao site pela justiça do Acre
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