Ciente de que as reviravoltas na reta final da campanha para a Prefeitura são uma tradição eleitoral no Rio de Janeiro – o último caso aconteceu com Fernando Gabeira (PV) em 2008, quando chegou muito perto de Eduardo Paes (PMDB) nos quatro últimos dias – o PSOL aposta na ex-ministra Marina Silva como um reforço capaz de levar seu candidato, Marcelo Freixo, ao segundo turno contra o atual prefeito. Dona de 30% dos votos dos cariocas nas últimas eleições presidenciais, Marina, atualmente sem partido, apóia alguns candidatos a vereador do PV e do PSOL, mas, travada pelos aliados políticos locais, tem mantido uma postura tímida em relação à campanha majoritária.
De acordo com a mais recente pesquisa de opinião divulgada pela imprensa, o prefeito Eduardo Paes tem 55% da preferência do eleitorado carioca em sua tentativa de reeleição. O aparentemente tranqüilo caminho do peemedebista, no entanto, ainda pode ser ameaçado pela candidatura de Freixo, que tem 19% das intenções de voto e é a única que cresce sem oscilação nos últimos dias. A candidata do PV à Prefeitura, Aspásia Camargo, aparece estacionada nas pesquisas com cerca de 2% das intenções de voto.
O apoio de Marina a candidatos do PSOL acontece em quase todo o país. Ela já participou, por exemplo, de atividades de campanha com os candidatos do partido às prefeituras de Belém (Edmilson Rodrigues) e Macapá (Clécio Luís). Na quarta-feira, em caminhada realizada em Maceió ao lado da amiga Heloísa Helena, Marina falou sobre a situação no Rio: “Existem duas candidaturas que são identificadas com a ideia do desenvolvimento sustentável: a da Aspásia e a do Freixo. No segundo turno, estarei com um dos dois”, disse a ex-senadora, que não gravou para a propaganda eleitoral de nenhum dos dois candidatos.
Logo no início da campanha, o presidente nacional do PSOL, deputado federal Ivan Valente (SP), alinhavou com Marina a participação da ex-ministra na propaganda eleitoral de Freixo. Paralelamente, setores do PV carioca conversavam com o PSOL sobre a possibilidade de dobradinha entre os dois partidos no Rio. A ideia, no entanto, não foi adiante porque o grupo ligado ao deputado federal Alfredo Sirkis, que controla o PV carioca, optou pela candidatura própria.