No dia que a deputada e candidata Perpétua retomou sua campanha rumo ao senado o governador Tião Viana, também candidato à reeleição – anunciou em Manoel Urbano e Sena Madureira que já está tudo certo para que uma universidade do Acre possa oferecer 100 vagas em curso de Medicina.
Hoje a UFAC oferece 40.
E já se formaram aqui no Estado 280 médicos.
Bem, essa história de curso de medicina no Acre tem um sonhador.
Algum parlamentar da Oposição?
Quem dera…
O sonhador que tornou realidade essa quimera foi o então senador Tião Viana que lá atrás trabalhou para que a Universidade Federal pudesse oferecer o curso de Medicina.
E conseguiu.
Já foi até padrinho de turma que se formou.
Pois bem:
Só que as 40 vagas da nossa UFAC já são poucas.
Vem aí mais 100 vagas numa universidade particular, que o governo vai possibilitar que através de bolsa do Governo Federal os interessados possam cursar medicina.
-Toda a burocracia no MEC já está resolvida – disse o governador nos atos da Frente Popular nos dois municípios citados.
Post scriptum: e alguns da Oposição diziam que era conversa mole do então senador Tião Viana que um dia o Acre teria um curso de medicina.
UFAC em todos os 22 municípios será o desafio de Perpétua
Na sua volta ao corpo-a-corpo da campanha, a candidata ao senado Perpétua assumiu compromisso em M.U e Sena que dedicará o seu mandato para que a Universidade Federal chegue nos 22 municípios do Estado.
-Quero assumir esse compromisso de ajudar o governo Tião Viana a levar a UFAC para todos os municípios do Acre – disse.
Outro tema relevante foi a luta pela manutenção dos ramais no Acre, onde todo ano é preciso fazer todo o trabalho que foi feito no ano anterior.
Perpétua lembrou que engenheiros do Acre junto ao governador estão estudando a possibilidade de usar nos ramais um tipo de material mais resistente na sub-base chamada de Pedra-Rachão.
Segundo Perpétua, no senado se empenhará para garantir recursos suficientes para que o governo do Acre consiga dar uma resposta mais efetiva na luta contra a deterioração dos ramais.
-O Tião Viana me falou disso e me comprometo a ajudar no senado para que o nosso governo possa de uma vez resolver o problema dos ramais.
Segundo o Deracre, são mais de 13 mil km de ramais nos municípios acreanos e pelo menos 1 milhão de metros cúbicos de Pedra-Rachão seriam necessários para atender a demanda.
Post scritpum: ou seja a Frente Popular busca a solução, enquanto a Oposição busca o problema.
Pra quê serve um eleitor boracho?
É real.
No Acre só uma campanha política até agora está nas ruas.
É a da Frente Popular.
Não se vê campanha, campanha dos partidos contrários ao governo.
O que tá havendo?
Quem estava pagando bebida alcóolica para jovens eleitores pobres no município de Manoel Urbano na manhã de sábado?
As cenas de Manoel Urbano chocaram.
Jovens bêbados com adesivos do Aécio Neves e seus aliados aqui no Acre pegaram muito mal na manhã de sábado na cidade banhada pelo Purus.
Tudo bem que beber e construir aeroporto em fazenda do titio tem tudo a ver com o Aécio, mas…
É assim que se faz campanha política?
Em bares?
Que o TRE fique de olhos nos aproveitadores da desgraça humana em plena campanha eleitoral.
A direita teme o Estado
Autor – Maurício Dias
carta capital
Quem não se lembra da frase de George Soros, dita em 2002 e retransmitida pela mídia brasileira, “em cadeia nacional”, de que a vitória de Lula “seria o caos”?
Era a mão visível do mercado pregando o terrorismo.
Em 2014, a coisa não está tão longe disso. O ex-funcionário de Soros e ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, apontado como czar da economia se Aécio ganhar a eleição, chegou a afirmar que “a possibilidade” de Dilma vencer no primeiro turno “poderia ter o mesmo efeito que a vitória de Lula em 2002”.
Naquele ano, o dólar, premeditadamente, foi empurrado para a porta dos 4 reais e ameaçava a estabilidade econômica. Hoje, após transitar por gabinetes refinados no universo empresarial e político, eis o que pensa Fraga, interpretado por jornalistas sintonizados com os interesses conservadores, já prontos a descartar o desfecho da eleição no primeiro turno.
“A derrota do PT no segundo turno poderia fazer a Bolsa de Valores retomar o crescimento depois de ter caído quase 40% nos anos Dilma.”
Dilma significaria o caos, ou quase. Provaria isso o efeito do empate técnico, no segundo turno, projetado pelo resultado da pesquisa DataFolha mais recente. Conhecidos os porcentuais, o Ibovespa subiu “empurrado pelas ações das estatais”.
Aqui o argumento econômico não encobre mais o conteúdo político. Esse é o conflito do “lobo mau” (o Estado) com a “raposa” (o mercado), que, como se sabe, não pode ficar sozinha no galinheiro.
Não por acaso este início de disputa eleitoral mostra uma mudança no discurso da oposição. Inicialmente, Aécio cresceu quando passou a disparar contra o PT. Valeu-se da pauta de acusações que norteia os tucanos. Agora, para driblar o difícil conflito de programas administrativos, pelos quais Dilma leva vantagem, os tucanos se aproximam do terrorismo econômico para conter a influência do Estado.
O medo produz o pesadelo. Teme-se o avanço estatal se o governo continuar sob controle de Dilma. Isso expõe, com falsa razão, o contágio ideológico.
É verdade e não se trata de segredo que o Estado, no governo Dilma, tem função importante na condução das políticas de governo exatamente onde o mercado falha ou não investe por dúvidas sobre o retorno lucrativo.
Essa é a verdadeira moldura do debate da eleição de 2014.
Em dois meses, arredondando os dias, os brasileiros vão escolher quem os governará por mais quatro anos, a partir de 2015. E já não há dúvida, salvo uma mudança sobrenatural, que a disputa será mais uma vez entre petistas e tucanos. Eduardo Campos (PSB) está fora. Faz apenas o papel de coadjuvante.
O PSDB comandou o país por oito anos com Fernando Henrique Cardoso. O PT vai completar 12 anos de poder, contando os oito anos de Lula e os quatro de Dilma.
Essa é uma luta política encarniçada e vai muito além de rivalidades pessoais passadas, entre os dois ex-presidentes ou entre os atuais postulantes ao cargo. No caso de Dilma, o segundo mandato. A competição busca o poder. Expõe diferenças programáticas e consolida o embate, que não foi expulso da história, entre a direita e a esquerda.
Por hoje, FIM
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