E ainda há quem fique alegre e apoie uma barbárie dessas – J R Brãna B.
Extraído do DCM e FSP
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Com base em autoridades locais e brasileiras e em uma norma de 2010 que determina como a polícia age antes, durante e após os fuzilamentos, a Folha reconstituiu detalhes da execução de Marco Archer.
Segundo uma autoridade indonésia, Marco pediu para ser executado em pé. Por lei, ele tinha a opção de sentar em uma cadeira ou se ajoelhar.
Os outros quatro executados lado a lado dele fizeram a mesma escolha, disse.
Ainda segundo a mesma autoridade, que pediu anonimato, o brasileiro ficou vendado —por lei, poderia ter se recusado, se quisesse encarar os carrascos.
Menos de uma hora antes do fuzilamento, os cinco condenados foram levados da prisão de Besi, na mesma ilha, ao descampado, a essa altura iluminado por holofotes. Estavam algemados.
Nos momentos anteriores às mortes, só tiveram acesso ao descampado os policiais dos pelotões de fuzilamento —eram 12 para cada executado—, um médico e um padre protestante indonésio.
Pela norma de 2010, os condenados usam camisetas brancas. Antes da execução, um médico fez uma marca preta na altura do coração do condenado, para facilitar a mira dos atiradores.
O documento também cita que os fuzis devem estar carregados com uma única bala. Só três das 12 eram de verdade; as outras, de festim. Os atiradores não sabiam quem tinha munição de verdade.
As execuções foram simultâneas, segundo a autoridade indonésia. Antes dos disparos, disse, o comandante dos pelotões soprou um apito como sinal de preparação; depois, outro oficial levantou uma espada, indicação para os atiradores mirarem no peito dos condenados.
Em seguida, abaixou a espada —foi a ordem para os atiradores dispararem.
Marco levou um único tiro, no peito, a uma distância entre cinco a dez metros. Morreu em dez minutos. A considerar as regras, supõe-se que dois atiradores erraram seus tiros.
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