“Não serei preso e não haverá revolta, mas há uma ditadura de um pequeno grupo do Judiciário”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao repórter Mário Kertész, da Rádio Metrópole na Bahia, desafiou nesta quinta-feira (13) o empreiteiro Marcelo Odebrecht que o delatou à Lava Jato.
“Até compreendo a delação de Marcelo Odebrecht, que está preso há mais de dois anos. Ele tem família e está querendo sair. Mas é um absurdo o que ele disse”, ponderou o ex-presidente. De acordo com juristas, delações premiadas firmadas sob coação são viciadas e anuláveis haja vista que tais depoimentos violam a voluntariedade dos atos dos presos.
O petista desafiou qualquer empresário “desse país” a dizer se algum dia ele pediu R$ 10. “Não existe. Se alguém provar eu paro com a política”.
Lula avisou que vai tomar medidas judiciais contra o delator. “O que está por detrás é mais sério que minha prisão: o pais teve um golpe, a elite não quer distribuição de renda e destruir as conquistas dos trabalhadores; a terceirização e a tentativa de acabar com a aposentadoria”.
“Essa gente está pensando como que pode Lula estar pensando candidatar em 2018. Por isso a elite está procurando uma pulga para evitar a candidatura de Lula”.
O ex-presidente afirmou na entrevista que as pessoas são coagidas ao serem mantidas presas dois ou três anos.
Segundo o ex-presidente, eles [os procuradores da Lava Jato] só querem saber do Lula nas delações. “E o Lula? E o Lula? Ele está metido nisso e naquilo?”, criticou.
O disse que Fernandinho Beira-Mar — preso há 15 anos — delata “até a mãe” dele para sair da prisão.
Lula disse que está “doido” para depor ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, no próximo dia 3 de maio.
O ex-presidente falou aos ouvintes baianos que não acredita que será preso porque não tem motivos para tal.
“Não serei preso e não haverá revolta, mas há uma ditadura de um pequeno grupo do judiciário”, acusou.
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