A postura intolerante do proprietário de um posto de combustível de Rio Branco que recusou emitir nota fiscal ao consumidor não é novidade aqui no Acre e muito menos no Brasil.
É a postura comum da tosca classe média brasileira, a mesma que apoiou o golpe contra a democracia e dá sustentação hoje aos ladrões que estão no poder central.
É a mesma classe média que não tolerava – na época de Lula – dividir a poltrona de avião com um pobre.
É essa classe média que sente ódio ao ver um jovem de família pobre chegar à universidade e virar doutor, engenheiro, cientista…
E que não aceita e solta veneno pela boca ao ter que pagar os direitos das empregadas domésticas (com a reforma trabalhista voltará a não ter mais que pagar)…
A mesma classe média que pensa que o Brasil é só dela e dos poucos (muitos) ricos.
Classe média que acha que o consumidor tem obrigação de agradecê-la pelo mau atendimento em seus estabelecimentos.
‘Tu tá me desacatando dentro do que é meu’, diz o empresário senhor de si.
‘Todo dia aparece um bacaca aqui’, insulta de novo o empresário o jovem da moto em vídeo que foi divulgado na mídia eletrônica do Acre.
Para pessoas como esse empresário tudo se resume a ter:
..isso é meu, é meu patrimônio, eu construí, eu fiz, eu comprei…eu sou o dono.
É assim que elas pensam..vivem a vida para ter, para ter e para ter.
Foi essa mesma classe média que pensou em ‘mudar’ o Brasil tirando a Dilma e jogou o país no caos.
E pior: muito pobre seguiu essa mesma classe média e agora tá vendo onde todos fomos parar.
E antes que você pense que é classe média saiba: no Acre 95% da população é classe C (não é classe média)
O dono do posto de gasolina de Rio Branco é o retrato do Brasil dos tempos atuais.
Ele é filhote da classe média acreana, que subiu às custas do papai ou da mamãe estado.
E representa o Acre pobre do egoísmo, do eu tenho, eu tenho, eu tenho…e os outros são uns babacas.
Pois é:
Abastece dois reais aí e me dá a nota,…é meu direito!
(o vídeo pode ser visto aqui… e se envergonhem)
J R Braña B.