Francisco Dandão – Devo confessar que a data de aniversário do Independência, nesse 2 de agosto, estava passando despercebida por este que vos escreve. Mas aí, como eu sou um leitor assíduo do meu querido editor Manoel Façanha, refresquei a memória e, então, eis-me a chegar aqui para dar uns pitacos.
Como o Façanha bem lembrou, são 77 anos desde que o Tricolor de Aço veio à luz, para a alegria de incontáveis criaturas que se apaixonaram perdidamente pelo chamado Clube do Marinho Monte. Inúmeras páginas memoráveis e turbilhões de incontidas emoções. Muita história mesmo!
É verdade que o Independência nem conquistou tantos títulos estaduais (ou territoriais). Nesses anos todos o time subiu ao degrau mais alto do pódio apenas 11 vezes (nove na época do futebol amador e duas no regime profissional). Mas isso em nada diminuiu a paixão dos seus adeptos.
No meu entendimento, essa paixão toda pelo clube se deu por conta dos grandes esquadrões montados pelos seus dirigentes (Adalberto Aragão, Darci Pastor, Eugênio Mansour, Orlando Sabino etc.) na primeira metade da década de 1970, quando o time conquistou os títulos de 1970, 1972 e 1974.
O time de 1970 tinha como titulares os seguintes nomes: Illimani; Chico Alab, Palheta, Flávio e Otávio; Escapulário, Aldemir Lopes e Jangito; Bico-Bico, Bebé e João Carneiro. Havia ainda dois reservas de alto luxo, que sempre entravam para “descansar” algum titular: Ociraldo e Jorge Floresta.
Dois anos mais tarde, em 1972, após perder o bicampeonato, para o Rio Branco, a formação titular do Independência era a seguinte: Illimani; Chico Alab, Jorge Floresta, Flávio e Melquíades; Eró, Escapulário e Aldemir Lopes; Bico-Bico, Bebé e Tonho. Um reserva de alto nível: Manoel!
Em 1973, novamente o Rio Branco atravessou a caminhada do Tricolor. Mas aí veio 1974 trazendo outro título. Formação base: Zé Augusto; Chico Alab, Deca, Palheta e Flávio; Escapulário, Aldemir Lopes e Augusto; Bico-Bico, Rui Macaco e Júlio César. Um reserva de luxo: Tonho!
No que diz respeito a treinadores, em que pese a passagem de muita gente boa no comando da equipe (cite-se Paulo Roberto, Gilmar Sales, José Ribamar, Elden Fuzarca), creio que dois se destacaram: Alício Santos e Walter Félix de Souza (este popularmente conhecido pelo apelido de Té).
Alício Santos, ao introduzir o famoso “tripé de meia cancha” como inovação tática (antes de se jogava no esquema 4-2-4), tirou o time, em 1970, de um jejum de sete anos. E o professor Walter Félix, em se tratando de estratégia, sacava tanto “coelho da cartola” que era chamado de “feiticeiro”.
Vida longa ao Tricolor de Aço!
Francisco Dandão, cronista e tricolor – Do amador ao profissional, Dandão conhece tudo…