Nesse último final de semana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a doação de sangue, hoje, está presente como um valor na sociedade brasileira. Trindade também afirmou não ver com bons olhos iniciativas que tentam permitir que o sangue seja comercializado no país.
“Temos de estabelecer uma estratégia de incentivo, de apoio à doação. É uma proposta que faço a todos para que a gente fortaleça essa política”, disse a ministra. Segundo ela, também é fundamental fortalecer o trabalho nos hemocentros.
O encontro virtual celebrou o lançamento da campanha nacional de doação: “Toda vida é importante para alguém. Doe sangue, mesmo sem saber para quem”. Com mais de 3,2 milhões de bolsas de sangue coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde registrou 1,6% da população brasileira como doadora, em 2023.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é que cada país tenha uma população doadora entre 1% e 3%, mas também que cada região avalie qual a melhor taxa para suprir as demandas locais.
Na live, a ministra aproveitou para destacar os esforços da gestão para cuidar das pessoas que têm doenças que afetam o sangue. Citou a inauguração da primeira unidade fabril de produção nacional do medicamento Fator VIII recombinante (Hemo-8r), no Complexo Industrial da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana, Pernambuco. O Hemo-8r é utilizado por pacientes em tratamento da hemofilia A, condição genética que afeta a coagulação do sangue.
A previsão é de que a nova fábrica, que corresponde ao Bloco B07 do complexo da Hemobrás, esteja em atividade a partir de 2025, com distribuição dos produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS). A capacidade produtiva da planta será de 1,2 bilhão de unidades por ano, suficiente para abastecer 100% da demanda do SUS pelo remédio. A Hemobrás trabalha ainda para concluir a implantação da fábrica de hemoderivados e iniciar a sua operação até 2026.