Do site Intercept Brasil, o mesmo que revelou as ilegalidades judiciárias dos lavajateiros de Curitiba:
Nós conseguimos.
Quando li a mensagem, eu gelei. Estava acontecendo de novo: uma menina de 13 anos, grávida após um estupro, estava sendo impedida pela justiça de Goiás de realizar um aborto legal e seguro.
Revivi os momentos de extrema aflição da apuração do caso semelhante que aconteceu em Santa Catarina em 2022, e que parou o Brasil. Não havia nenhuma dúvida que precisávamos reportar aquela situação. E rápido.
Os repórteres Nayara Felizardo e Paulo Motoryn embarcaram junto em uma leitura extremamente rápida, mas atenciosa, da documentação enviada por uma fonte. O caso era extremo. E como definiu uma das entrevistadas: “uma corrida contra o tempo”.
Em menos de 24 horas a reportagem estava no ar. Rapidamente, virou notícia na Marie Claire, Globo, Folha, CNN. O Conselho Nacional de Justiça abriu uma investigação para averiguar a conduta da juíza e da desembargadora que impediram que a menina tivesse acesso ao procedimento, que era perfeitamente legal.
A matéria teve muita repercussão e impacto. Mas a aflição continuava, como contei nesse mesmo espaço no dia 20 de julho. Afinal, a situação da menina seguia.
Foi só nesta semana que sentimos a primeira sensação de alívio: na terça-feira, 06, o Superior Tribunal de Justiça autorizou finalmente o aborto legal.
(Tatiana Dias – Editora executiva)
(…)
Grifo meu: criança não é mãe e estuprador não é pai.
J R Braña B.