Qual gesto?
A criação da Secretaria dos Povos Indígenas, anunciada pelo novo prefeito Gehlen Diniz.
Mais do que apenas a criação de mais um cargo(s) na já combalida máquina administrativa da prefeitura de Sena, essa secretaria pode trazer um novo significado para o município.
Para além da burocracia, é uma oportunidade única de, pela primeira vez, oferecer um tratamento humano e digno aos povos indígenas de Sena.
A proposta que mencionei nesse vídeo:
A criação de uma Aldeia de Trânsito: um espaço de acolhimento na zona urbana, estruturado no estilo de uma aldeia tradicional, raiz.
Esse local teria formato original, mas com condições dignas, incluindo água encanada, energia elétrica, cozinha coletiva, banheiros e cabanas para até 50 pessoas.
Além disso, contaria com um espaço, no centro da Aldeia de Trânsito – para rituais indígenas, programados pela secretaria, que poderiam integrar o calendário cultural da cidade e se tornar uma atração turística para o município.
A prioridade da Aldeia de Trânsito seria acolher mulheres e crianças, as mais vulneráveis nos deslocamentos entre aldeias e a cidade.
Os homens não seriam excluídos, mas o foco seria, sobretudo, o bem-estar das mulheres e crianças.
Essa iniciativa seria um marco em Direitos Humanos indígenas, não apenas para Sena Madureira, mas para todo o Acre.
Uma ação nesse sentido atrairia atenção e colocaria o município em destaque para pleitear recursos destinados à preservação ambiental e ao apoio aos povos indígenas.
Quem não gostaria de se associar a uma causa tão justa?
Instituições de proteção aos povos indígenas certamente veriam valor em colaborar com um projeto como esse.
A proposta é simples, ousada e pode ser aprimorada.
E está aqui publicada para que todos em Sena(e outros municípios) possam refletir sobre ela.
Que a Secretaria dos Povos Indígenas considere essa ideia e dê uma resposta à altura da causa indígena em Sena.
Chega de seres humanos vivendo na miséria pelas ruas e barrancos da cidade.
Que essa sugestão também chegue ao prefeito Gehlen Diniz.
Pra finalizar:
O titular da Secretaria dos Povos Indígenas não precisa, necessariamente, ser um indígena.
Contudo, é fundamental um indígena local na equipe, com voz ativa e influência nas decisões.
J R Braña B.