A cadeia da castanha no Acre enfrenta um problema estrutural de remuneração que compromete tanto a conservação ambiental quanto o sustento das populações tradicionais. Um quilo de castanha-do-brasil, vendido por R$ 4,50 pelos extrativistas no Acre, alcança R$ 100 nos mercados do Sudeste, revelando uma valorização desigual. Já a borracha nativa, comercializada por R$ 24 o quilo na Reserva Extrativista Chico Mendes, demonstra como políticas de remuneração socioambiental podem equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Pesquisadores da UFAC e Unicamp destacam que, enquanto a coleta da castanha paga menos que o necessário para sustentar os extrativistas, práticas como a criação extensiva de gado são adotadas como alternativa econômica. Contudo, iniciativas como os Sistemas Agroflorestais (SAFs) oferecem potencial para transformar esse cenário.
Para garantir dignidade aos extrativistas e manter a floresta de pé, especialistas reforçam a urgência de políticas públicas que valorizem serviços socioambientais. A borracha nativa, por exemplo, é comprada pela marca Veja, com subsídios que permitem um valor até oito vezes maior que o de mercado, evidenciando que modelos semelhantes podem ser aplicados à castanha.
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(oea com Agência FAPESP)