Nesta semana, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), deu um passo para a valorização da cultura indígena brasileira. Foi comunicado o início do processo administrativo referente à proposta de registro do Kene Kuĩ, os grafismos tradicionais do povo Huni Kuĩ, como Patrimônio Cultural do Brasil.
O Kene Kuĩ, que compreende padrões gráficos ancestrais usados em tecelagem, pintura corporal, cestaria, cerâmica e outras expressões artísticas, é muito mais do que uma manifestação estética. Representa a conexão espiritual e social dos Huni Kuĩ com seu universo cosmológico e conhecimentos tradicionais.
O Iphan destacou que a sociedade tem até o dia 21 de fevereiro de 2025 para enviar manifestações sobre o registro do bem cultural. Os interessados podem participar de duas formas:
- Por e-mail: enviando uma mensagem para dpi@iphan.gov.br;
- Por correspondência física: endereçando ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural – Presidente – SEPS 702/902, Centro Empresarial Brasília 50, Bloco B, Torre Iphan, 5º Andar – Brasília – Distrito Federal – CEP: 70390-135.
Após o término do prazo, o processo seguirá para análise do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão máximo de decisão do Iphan para reconhecimento do Patrimônio Cultural do Brasil.
O Kene Kuĩ foi inicialmente solicitado ao Iphan em 2006 por 127 representantes das comunidades Huni Kuĩ, que destacaram sua importância como símbolo identitário e conhecimento tradicional. Em meio a desafios como a desvalorização entre os jovens indígenas e os usos indevidos fora de seu contexto cultural, o registro é visto como uma medida essencial para salvaguardar este bem cultural.
A participação da sociedade é fundamental para garantir que a riqueza histórica e simbólica do Kene Kuĩ seja formalmente reconhecida e preservada.
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(oea com inf. do Minc)